Avaliação qualitativa do custo-benefício das práticas resilientes no transporte rodoviário de cargas : a perspectiva dos caminhoneiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Medeiros, Cláudia Cristina Álvares Beltrão de
Orientador(a): Saurin, Tarcísio Abreu
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/277294
Resumo: Os motoristas de caminhão são atores fundamentais nas cadeias de abastecimento que dependem de uma vasta malha rodoviária para o transporte de mercadorias. Este setor impõe uma série de dificuldades para caminhoneiros, empresas e poder público, devido ao conjunto de variabilidades esperadas e inesperadas, exigindo um desempenho resiliente em nível individual, organizacional e estrutural. O esforço extra realizado pelos motoristas de caminhão, expresso como desempenho resiliente individual, passa muitas vezes despercebido pela sociedade, em vista do objetivo final quase sempre alcançado, que é a entrega dentro do prazo de produtos ou insumos até os consumidores finais e/ou usuários de serviços. O principal objetivo desta dissertação é o de desenvolver uma proposta de modelo teórico que descreva os relacionamentos entre as principais variáveis associadas ao custo-benefício das práticas de resiliência na atividade dos motoristas de transporte rodoviário de cargas, adotando uma perspectiva qualitativa. A coleta de dados ocorreu no contexto do transporte rodoviário de cargas no Sul do Brasil, envolvendo: i) 15 horas de observações diretas das atividades dos motoristas, de veículos e de processos operacionais do ramo de atividades; ii) um total de 14 entrevistas semiestruturadas, que foram realizadas com motoristas de caminhão (n=10), dirigente de sindicato de trabalhadores de transporte (n=1) e gestores de empresas do setor (n=3); iii) aplicação de questionário a 33 motoristas de caminhão, para avaliar as percepções sobre a intensidade das dificuldades do trabalho e sobre a frequência de ocorrência das práticas de resiliência usadas por esses profissionais. Os resultados indicaram uma prevalência de práticas resilientes em nível individual e uma série de constrangimentos fora do controle dos motoristas, com ajuda muito limitada de sistemas de apoio, principalmente em nível organizacional. Essas práticas de resiliência individual têm repercussões negativas não apenas sobre a saúde e segurança dos caminhoneiros, mas impactam também suas famílias, e geram perigos para os demais usuários das rodovias e a sociedade em geral. Ao mesmo tempo, numa perspectiva restrita e de curto prazo, as práticas resilientes desempenhadas pelos motoristas de caminhão parecem ser econômicas e eficazes, uma vez que a carga geralmente é entregue com pouco atraso e em boas condições. Contudo, o fardo do desempenho resiliente parece estar distribuído de forma desigual na cadeia de abastecimento, representando custos humanos desproporcionais para os caminhoneiros.