O corpo rifado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Balestrin, Patrícia Abel
Orientador(a): Louro, Guacira Lopes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/49081
Resumo: O Corpo Rifado trata-se de uma tese onde procuro acompanhar a trajetória da protagonista de um filme brasileiro e sua tentativa de se reinventar diante das condições de possibilidade existentes naquele contexto. O Céu de Suely (2006) narra a história de Hermila, uma jovem que volta de São Paulo para sua cidade natal, no interior do Ceará, com seu filho pequeno. Ela aguarda a chegada de seu amor. Logo ela se dá conta de que Mateus não cumprirá com a promessa de encontrá-la. Diante disso, Hermila cria estratégias de sobrevivência enquanto sonha: sair daquele lugar custe o que custar. A tese lança um olhar possível sobre O Céu de Suely. Os itinerários de gênero e sexualidade experimentados por Hermila ao longo da trama fílmica ocupam o centro desta tese, bem como alguns itinerários de outras mulheres que fazem (parte de sua) história. O mergulho nesse filme específico foi regido tanto pelo aporte teórico que sustenta esta tese (especialmente a teorização desenvolvida por Judith Butler em composição com os estudos foucaultianos em torno da sexualidade e do poder) como pelo recurso metodológico escolhido (“etnografia de tela”). A pesquisa toma como ponto de partida o filme dirigido por Karim Aïnouz e a análise de enunciados que compõem e se articulam em torno (d)o gênero, (d)a sexualidade e (d)a brasilidade. Na análise que faço, procuro dar ênfase a enunciados performativos que indicam um lugar para a mulher, um modo de ser mulher (brasileira), um jeito de exercer a sexualidade, bem como, a enunciados que parecem subverter a ordem do gênero e da sexualidade. A partir do (e com o) filme, questiono: Que enunciados performativos são reiterados para a constituição de uma suposta identidade da „mulher brasileira‟? Que enunciados indicam possibilidades de resistência, subversão e ressignificação? Que outros enunciados parecem manter normas regulatórias do gênero e da sexualidade? Como a linguagem cinematográfica empregada neste filme produz sentidos, provoca deslocamentos, desestabiliza, mantém, visibiliza e invisibiliza determinados modos de ser mulher? Ainda que essas questões não sejam assertivamente respondidas na tese, elas indicam um percurso. O filme aponta para possibilidades de resistência e subversão e, no mesmo instante, aciona performativos de gênero e sexualidade. A ação de rifar-se pode ser lida como a possibilidade de agência da protagonista naquele contexto. Encerro, ao lado de Hermila, uma jornada compartilhada que nos convoca novamente ao deslocamento, outra vez na estrada.