Utilização de bacteriófagos no controle biológico de Salmonella enterica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pottker, Emanuele Serro
Orientador(a): Nascimento, Vladimir Pinheiro do
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/279751
Resumo: O aparecimento de bactérias multirresistentes a antimicrobianos e a agentes químicos utilizados para o controle de bactérias patogênicas como Salmonella, tem incentivado a busca por meios que garantam a inocuidade e a segurança alimentar, uma vez que esses patógenos, quando presentes, são responsáveis por perdas econômicas e alterações na qualidade dos produtos. Salmonella é uma das espécies bacterianas enteropatogênicas mais presentes no mundo e está comumente envolvida em surtos de doenças transmitidas por alimentos. Algumas cepas, podem ser altamente virulentas, resistente a antimicrobianos e capazes de formar biofilmes. A adesão microbiana nas superfícies é o passo inicial para a formação de biofilmes e isso tem consequências negativas na saúde, na indústria e no ambiente, pois podem ser pontos de contaminação contínua, causando impactos negativos inclusive no setor avícola. Ambientes industriais são propícios à formação de biofilmes, devido à constante presença de microrganismos e às condições favoráveis para o seu desenvolvimento. As altas concentrações dos agentes químicos empregados para o controle de biofilmes geram impactos ambientas negativos e controle ineficiente dos patógenos, uma vez que é crescente o número de bactérias resistentes a esses agentes. Devido a estes fatores, tem surgido o interesse de buscar alternativas para eliminação e controle de biofilmes, utilizando agentes biológicos, tais como os bacteriófagos. Bacteriófagos são vírus específicos de procariotos, são intracelulares obrigatórios, hospedeiro-específicos, capazes de infectar espécies ou grupos dentro de uma mesma espécie. Estima-se que os bacteriófagos sejam as entidades mais abundantes da terra e existam aproximadamente 1030 fagos para cada célula bacteriana. Neste contexto, verificou-se a capacidade de biocontrole de sete fagos distintos, testados em 12 sorovares de Salmonella, dentre elas, S. Anatum, S. Agona, S. Brandenburg, S. Bredeney, S. Enteritidis, S. Heidelberg, S. Infantis, S. Panama, S. Rissen, S. Schwarzengrund, S. Typhimurium e S. Tennessee. Foram realizados ensaios de susceptibilidade, eficiência de plaqueamento, prevenção e remoção de biofilmes de Salmonella. Para tanto, foi sequenciado o genoma de três dos sete fagos selecionados, a fim de verificarmos se eram fagos líticos aptos para utilização como biocontrole. Os ensaios foram realizados de duas maneiras, os fagos foram testados individualmente para determinação da susceptibilidade bacteriana e para verificação de eficiência de plaqueamento, com intuito de certificar a origem de progênie fágica e, testados na forma de coquetel, para o controle de biofilmes. No ensaio de prevenção e remoção de biofilmes de Salmonella em superfície de poliestireno, utilizamos os tempos de 3, 6 e 9 horas de ação, onde os resultados demonstraram inibição de formação de biofilme em até 89 %, e remoção do biofilme pré-formado em até 76,1%. Sugere-se que a utilização de combinações de fagos na forma de coquetéis, aumenta o sinergismo e potencializa a inibição da formação de biofilmes, bem como o uso no condicionamento das superfícies é mais eficiente do que quando utilizado em biofilmes pré-formados.