“¡Soy artesana campesina hasta los huesos!” : manifestações artísticas tramadas e trançadas por mulheres campesinas da alta montanha em Tibaná, Boyacá, Colômbia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Cobos, Jeidi Yasmin Galeano
Orientador(a): Coelho-de-Souza, Gabriela
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/251793
Resumo: A presente tese trata sobre arte decolonial e conservação de ecossistemas altoandinos a partir do uso da sua biodiversidade vegetal, temáticas perspectivadas através das manifestações artísticas tramadas e trançadas por mulheres artesãs campesinas da alta montanha, no município de Tibaná, Boyacá, Colômbia. O objetivo consiste em analisar o mundo artesanal altoandino e seu emaranhado de relações, valorizando o pensar/sentir/fazer/viver da mulher artesã campesina, suas relações e experiências com seu território altoandino, e com as instituições envolvidas na promoção artesanal e o cuidado do meio ambiente. Uma análise que considerou as epistemologias, ontologias e axiologias do Sistema-Mundo Moderno/Colonial e do Pluriverso como base teórica para compreender as relações de poder sobre e de poder de geradas no emaranhado relacional. Utilizando a (auto)etnografia como metodologia e método de pesquisa explorou-se a construção de uma outra ciência, a partir do encontro de experiências e subjetividades «escrevivências» da pesquisadora e das mulheres interlocutoras da pesquisa, onde pesquisadora e interlocutoras se autorreconhecem como campesinas. O encontro de experiências permitiu falar/escrever no eu plural para dizer sobre “mulheres campesinas” sujeitas “pós-coloniais”, identidades historicamente atravessadas pelas categorias interseccionais da raça, classe, gênero, sexualidade, origem, etc., em suma, identidades marcadas pela colonialidade do poder, do saber e do ser. Mais de 50 fotografias compõem uma narrativa visual na tentativa de explorar a potência do imagético, vinculado aos estudos da antropologia visual, assim como da arte e das estéticas decoloniais através de ilustrações autorais. Metodologicamente, a pesquisa explora a fronteira do campo da palavra escrita e da imagem como forma de construir conhecimento científico, valorizando a subjetividade e o encontro de saberes. A identidade “mulher campesina”, apresenta-se como uma problemática política, pois no contexto colombiano ainda permanece na invisibilização pelo não reconhecimento como sujeitas campesinas. No contexto institucional do mundo artesanal as mulheres artesãs campesinas não são reconhecidas como tal. Elas são tratadas como “artesãos”, omitindo com isto o caráter feminino predominante da atividade artesanal do país, em grande parte, realizada por campesinas. Ao omitir as identidades “mulher artesã campesina”, invisibilizam-se seus modos de vida vinculados com seus territórios, intimamente ligados a três pilares: agricultura, pecuária e extrativismo sustentável. O extrativismo sustentável esta relacionado com a coleta de produtos florestais não madeiráveis e silvestres que ocorrem no Páramo e no Bosque Andino e que são usados como matéria-prima para a criação de arte/artesanato tramado e trançado. Esta tese (auto)etnográfica e imagética dentro do campo da antropologia interpretativa é fruto dos modos de vida e das subjetividades campesinas, das práticas, experiências e relações do mundo artesanal altoandino.