Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Iuva, Patrícia de Oliveira |
Orientador(a): |
Rossini, Miriam de Souza |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/140953
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Resumo: |
Esta tese propõe um estudo das relações entre as instâncias autorais no cinema a partir de um fenômeno cultural que circunda a produção fílmica cinematográfica: o making of documentário. Partindo de uma relação entre a teoria do autor no cinema, as noções de trajetória social e de campo bourdieusianas e a dialética do olhar proposta por Didi-Huberman (2010), a tese tem como objetivo geral compreender como se constrói uma dupla noção de autoria a partir da relação entre duas instâncias autorais instauradas pelo making of documentário: a do diretor do making of e a do diretor do filme. As relações analisadas dizem respeito aos seguintes diretores de making ofs e diretores dos filmes aos quais eles se referem, nos respectivos making ofs documentários selecionados: Les Blank e Werner Herzog, em Burden of Dreams (1982); a dupla Keith Fulton/Louis Peppe e Terry Gillian, em The Hamster Factor and other tales of Twelve Monkeys (1996); Laurent Bouzereau e Steven Spielberg, em The Making of Close Encounters of the Third Kind (2001); Charles de Lauzirika e Ridley Scott, em Dangerous Days: making Blade Runner (2007). A tese está estruturada em quatro partes: 1) Os extrafílmicos: do making of aos caminhos da autoria no cinema; 2) O campo do making of; 3) A trajetória social dos diretores; 4) Encontros possíveis: os autores construídos e os autores desvelados. Na primeira parte situo a configuração dos extrafílmicos enquanto paratextos, donde desponta a esfera da produção e circulação do making of. Evidencio a relevância deste contexto no que se configura enquanto questão-horizonte da tese: a dupla noção de autoria operada pelos making ofs documentários a partir de condições do campo e da dialética do olhar (DIDI-HUBERMAN, 2010) que se insere no espaço dos possíveis (BOURDIEU, 1996a, 1996b). Com base na contribuição teórica de Pierre Bourdieu, na segunda parte proponho a caracterização do campo do making of, demonstrando o espaço que se constitui a partir de disputas em que determinadas instâncias (realizadores, produtores, organizações, festivais e premiações, crítica especializada) pleiteiam reconhecimento no escopo da indústria cinematográfica. Trata-se de delimitar os mecanismos e contextos produtivos próprios, as escolhas e tomadas de posição que reverberam em estilos e formatos diferenciados de making ofs e os agentes e estruturas capazes de legitimar a autonomia do campo. A terceira parte elucida a trajetória social dos diretores implicados na relação making of – filme ficcional. Nesse sentido, demonstro a construção social da autoria referente a Steven Spielberg, Ridley Scott, Terry Gilliam e Werner Herzog, compreendendo o contexto das relações a que suas trajetórias estão submetidas, para, logo após, analisar a trajetória dos diretores dos making ofs Lauren Bouzereau, Charles de Lauzirika, Les Blank e a dupla Keith Fulton e Louis Peppe, estabelecendo as tomadas de posição e as particularidades do percurso de cada um que conduzem às (possíveis) posições autorais. Na quarta parte empreendo a análise da dupla noção de autoria através dos encontros e relações entre as instâncias diretivas nos making of documentários selecionados, operando as seguintes categorias analíticas: (1) agentes e processos produtivos, (2) memória do filme e (3) espaço da autoria. A incursão da análise se desdobra ainda, na percepção sobre as articulações que mobilizam a relação dialética do olhante e do olhado, a fim de compreender as manifestações do autor voyeur – auteur exibicionista e autor flâneur – auteur dândi. É entendimento desta pesquisa que o making of documentário se constitui enquanto uma forma de expressão audiovisual que dá a ver relações de alteridades – dos sujeitos envolvidos na realização cinematográfica a partir da dialética do olhar. De acordo com as maneiras como engendra esse olhar sobre um filme, o making of nos dá a ver diferentes modos de ocupação do espaço autoral. |