Ponto de vista a(u)torizado: composições da autoria no documentário brasileiro contemporâneo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Silva, Mariana Duccini Junqueira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27152/tde-23082013-094442/
Resumo: Aspecto central no documentário brasileiro contemporâneo, a valorização da experiência do outro como vivência singular faz com que voltemos os olhos e os ouvidos ao homem comum, às expressões individuais, às formas particulares com que os indivíduos ordenam seu estar no mundo. Estruturados prioritariamente por um encontro entre sujeitos, esses filmes podem apresentar uma composição da alteridade que não se reduza às configurações de um \"indivíduo típico\", assim como às de um \"outro absolutizado\". Instiga-nos, nas modulações dessa relação, apreender um ponto de vista que se a(u)toriza no documentário, engendrando um espaço de autoria: ao mesmo tempo em que se inscreve na cena, organiza o filme como discurso, pela distribuição das formas de ver e ouvir o outro - panorama em que se tornam apreensíveis as condições que dão forma ao encontro. A análise da autoria no documentário contemporâneo, conforme propomos, considera os condicionantes históricos que o compreendem como gênero discursivo, ao mesmo tempo em que suscita a investigação dos efeitos de singularidade apreensíveis nos filmes, que remetem a um nome de autor. Sob conformações estéticas específicas, delineiam-se lugares de autoria que, pela especificidade do documentário como prática social, não são alheios a uma determinação ética: aquela que se estabelece quando, postos em relação, sujeito da câmera e sujeito para a câmera tornam-se interdependentes, dimensão em que, no encontro com o outro, faz-se do próprio sujeito um outro. Propomos uma análise inter-relacionada, distribuída em três capítulos, dos documentários Nós que aqui estamos por vós esperamos (1999), de Marcelo Masagão; Santiago (2007), de João Moreira Salles; e Pacific (2009), de Marcelo Pedroso; A pessoa é para o que nasce (2005), de Roberto Berliner; Estamira (2006), de Marcos Prado; e Garapa (2009), de José Padilha; Santo forte (1999), de Eduardo Coutinho; A falta que me faz (2009), de Marília Rocha; e O céu sobre os ombros (2010), de Sérgio Borges.