A influência do impacto antrópico dimensionalidade de uma meta-comunidade de borboletas frugívoras do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Cortez, Lucas Vieira
Orientador(a): Duarte, Leandro da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276152
Resumo: O uso da terra é atualmente um dos maiores remodeladores de paisagem e de habitat natural, afetando diretamente as comunidades biológicas. Esse processo tem efeito homogeneizador e tende a reduzir a complexidade da diversidade, tornando evidente a necessidade de mensurar os efeitos das mudanças de habitat para a preservação da biodiversidade. Para melhor compreensão destes efeitos sob diferentes aspectos da biodiversidade, o uso da múltiplas métricas de diversidade vem sendo amplamente utilizado, com resultados e discussões cada vez mais aprofundados sobre a comunidade em questão. No entanto, o grande número de métricas e redundâncias que esses índices apresentam entre si, acaba nublando alguns resultados causando uma sub-representação da comunidade. É conveniente o uso das borboletas como grupo bioindicador justamente por sua sensibilidade as alterações ambientais. Contudo a maior parte das avaliações de efeito antrópico referentes ao grupo é baseado apenas no componente taxonômico, negligenciando outras fontes importantes da biodiversidade. Assim, a dimensionalidade, definida como: “a quantidade de informação necessária para representar de modo eficiente a variação presente de informação biológica”, tem como proposta avaliar as correlações entre métricas e a importância individual de cada uma, de modo a compreender quais componentes são mais importantes para representação da diversidade. Assim, nos perguntamos: i) Como o uso da terra afeta a diversidade de borboletas do Brasil? ii) Como alterações de habitats naturais, marcada pela redução de complexidade biológica, afeta a dimensionalidade da comunidade de borboletas? iii) Quais as dimensões e métricas mais importantes para representar para a variação na diversidade de borboletas. Para responder essas questões foi selecionada uma metacomunidade composta de sete comunidades de borboletas frugívoras do Brasil e avaliado o efeito do uso da terra sobre sete métricas de diversidade diferentes distribuídas nas três dimensões ecológicas mais utilizadas: taxonômica, funcional e filogenética. Para responder a primeira questão, foi calculado o efeito do uso de terra sobre as métricas de diversidade a partir de uma meta- análise e para responder a segunda e terceira questões foram calculados dois índices de dimensionalidade, Importance Values (Ivs) -para a quantificar a variação capturada de cada métrica na metacomunidade, e Evenness of eigenvalues (EE) – para quantificar a correlação entre as métricas em cada tipo de ambiente. Encontramos que, o uso da terra de fato afetou a diversidade de borboletas frugívoras em todas as dimensões da diversidade, com menor riqueza taxonômica e filogenética e maior MFD (Mean Pairwise Functional Distance) nos ambientes impactados. Entretanto a desestruturação do habitat referente ao uso da terra não exerceu efeito nos componentes da dimensionalidade. A dimensão filogenética foi de longe a mais representativa, sendo as métricas MPD (Mean Pairwise Phylogenetic Distance) e MNPD (Mean Nearest Phylogenetic Distance) que mais capturaram variação e a dimensão taxonômica surpreendentemente foi a que menos capturou variação da diversidade. Esses resultados alertam sobre a utilização de apenas uma dimensão para a sumarização da diversidade de borboletas. Entretanto, mais estudos sobre os componentes da dimensionalidade são necessários, avaliando outros gradientes ambientais e outros grupos taxonômicos. Percebemos que ações baseadas em métricas muito redundantes e com pouca captura de informação torna-se um gasto dispendioso, em contrapartida, ações baseadas em métricas com maiores captura de variação de informação podem ser uma necessidade para evitar a perda da biodiversidade.