Fatalidades de mamíferos em ferrovias : como estimar quantos morrem e planejar mitigação?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oliveira, Bibiana Terra Dasoler de
Orientador(a): Teixeira, Fernanda Zimmermann
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/221517
Resumo: As infraestruturas lineares de transporte são uma das principais causas de alterações antrópicas no ambiente, causando inúmeras fatalidades de animais silvestres. Mundialmente, a pesquisa em ecologia de ferrovias é fortemente negligenciada em relação à ecologia de rodovias e a falta de informações sobre essas infraestruturas pode gerar uma imagem equivocada de que as ferrovias não causam impactos ambientais. A avaliação robusta dos impactos das ferrovias é necessária e pode orientar o licenciamento ambiental e o planejamento de mitigações nesses empreendimentos, visto que há diversos projetos de expansão da malha ferroviária ao redor do mundo. Dessa forma, essa dissertação teve como objetivo corrigir as estimativas da magnitude das fatalidades e avaliar a influência do uso de diferentes conjuntos de dados no planejamento de mitigação em ferrovias e foi estruturada em dois capítulos. O primeiro capítulo teve como objetivo estimar o número de fatalidades de mamíferos de médio e grande porte em uma ferrovia no Cerrado brasileiro, considerando os dois principais erros associados ao processo amostral (eficiência do observador e persistência das carcaças). Nossos resultados demonstraram a relevância dessa correção na obtenção de estimativas mais acuradas e sugerem que as ferrovias causam um elevado número de fatalidades. O segundo capítulo teve como objetivo avaliar se a presença de espécies muito dominantes no conjunto de dados estaria mascarando espécies menos registradas nas análises de hotspots para o planejamento de mitigação de fatalidades em duas ferrovias brasileiras. Comparamos os percentuais de fatalidades de espécies-alvo que seriam evitadas utilizando hotspots gerados a partir de diferentes conjuntos de dados. Os resultados indicam que algumas espécies-alvo seriam menos mitigadas quando há uma espécie majoritariamente dominante no banco de dados e sugerem que avaliações de diferentes conjuntos de dados devem ser realizadas com o intuito de reduzir ao máximo o número de fatalidades. Esperamos que os resultados aqui obtidos possam subsidiar a tomada de decisão no contexto do licenciamento ambiental e qualificar os estudos de avaliação dos impactos das ferrovias tanto no Brasil quanto no mundo.