Infecção de tonsilas hipertróficas por metapneumovírus humano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Salustiano, Suellen Gomes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17136/tde-11042022-142729/
Resumo: O metapneumovírus humano (HMPV) é um importante agente causador de infecções respiratórias agudas (IRA), com tropismo para o epitélio respiratório e elevado impacto em morbidade e mortalidade na infância em todo o mundo. Porém, pouco se sabe sobre sua patogênese, especialmente em infecções de tecidos não epiteliais. Estudos prévios mostraram o genoma de HMPV em tecidos tonsilares de crianças com hipertrofia adenoamigdaliana. Nosso objetivo geral foi estudar a infecção por HMPV em tecidos de tonsilas de crianças sem sintomas de IRA, identificar as células-alvo e confirmar a presença de replicação de HMPV nesses tecidos, que podem ser fontes de disseminação do vírus na comunidade. Para tanto, foi realizada RT-PCR para o genoma do HMPV em tecidos linfoides utilizando o kit Taqman® Universal PCR Master Mix (Applied Biosystem). Citometria de fluxo foi usada para quantificar diferentes imunofenótipos de células infectadas e a localização in situ foi feita em cortes de tecido embebidos em parafina e analisados por imuno-histoquímica usando o método de SIMPLE (serial immuno-peroxidase labeling and erasing). Além das células epiteliais, HMPV foi detectado em células linfomononucleares nos centros germinativos, na zona do manto e nas áreas interfoliculares dos tecidos tonsilares. As células-alvo infectadas por HMPV foram identificadas e a análise imunofenotípica mostrou que células naturalmente infectadas foram positivas para marcadores CD3, CD4, CD8, CD20, CD68, CD123 e CD14. Observou-se que células linfoides foram mais frequentemente infectadas em amígdalas, enquanto células mieloides foram mais frequentemente infectadas em adenoides. Um dos principais achados deste estudo foi alta frequência de macrófagos M2 (CD206 + CD80 +), e não M1, infectados em ambos os tecidos. Além de detectar macrófagos positivos para HMPV in vivo, foi demonstrada a suscetibilidade à infecção pelo HMPV em linhagem celular de macrófagos. HMPV infeccioso foi recuperado de amígdalas humanas em cultura de células, induzindo efeito citopático caracterizado com formação de sincícios, arredondamento celular e extensa ruptura da monocamada, o que foi confirmado por imunocitoquímica. O presente estudo mostra pela primeira vez que o HMPV infecta tonsilas hiperplásicas de crianças assintomáticas, que podem assim ser potenciais reservatórios do vírus, um achado significante para a epidemiologia do vírus.