Comércio solidário na prática : o Núcleo Litoral Solidário da Rede Ecovida de Agroecologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Souza, Julia Zarpelon Coelho de
Orientador(a): Filippi, Eduardo Ernesto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/15362
Resumo: A dissociação entre ação econômica e ação ecológica, assim como o desenraizamento dos fatores sociais inerentes à economia, levaram à construção de sociedades marcadas por desigualdades sociais e por problemas distributivos. É neste contexto que se consolida o projeto político do desenvolvimentismo econômico com base produtivista. Ao mesmo tempo, historicamente, também se formam ‘resistências’ aos modelos hegemônicos. Aqui, tratamos destas resistências através das expressões contemporâneas da Agroecologia e da Economia Solidária – cujos paradigmas se direcionam para a construção de uma sociedade (ou de sociedades) justas e equilibradas. E é no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, onde agricultores e consumidores agrupam-se no Núcleo Litoral Solidário da Rede Ecovida de Agroecologia, conformando um ciclo local de produção e consumo de alimentos agroecológicos, que esta pesquisa se desenvolve. Objetivamos, através da realização de uma observação participante, identificar como se dá a autonomia – entendida como a autogestão dos grupos que conformam a Rede e, também, em relação à dependência dos mercados ‘hegemônicos’ – através da articulação de grupos organizados em rede. Para tanto, identificam-se os atores deste núcleo, caracterizando-os, e analisando as interdependências que se estabelecem através das relações que se estabelecem. Sendo que a cooperação é uma característica inseparável dos processos de desenvolvimento social, procuramos verificar se a participação na rede está motivada por respostas sociais, ambientais e culturais, e não somente por questões econômicas (no sentido utilitarista) e, também, se tais ações, entendidas sob a ênfase da economia solidária, depende de arranjos institucionais mediados para se constituírem, ao mesmo tempo que sua continuidade necessita da apropriação dos atores envolvidos. A existência de uma rede com estas características supõe a articulação de uma economia plural, ou seja, relações sociais que se estabelecem, nestas cadeias produtivas, dotados de significações mais amplas sobre o fazer econômico. Observamos que tais circuitos alternativos se caracterizam por diversas formas de autonomia, como a suficiência e a qualidade alimentar, e que diversos elementos não monetários motivam as ações econômicas. A associação entre a práxis da economia solidária e da agroecologia torna-se tanto evidente quanto importante para novas pesquisas e para corroborar com a formulação de políticas públicas no sentido do desenvolvimento rural sustentável.