Agroecologia e circuitos de comercialização: agricultores da Central das Associações de Produtores Orgânicos do Sul de Minas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Camilo, Guilherme Antonio Poscidonio Vieira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/202307
Resumo: O agronegócio é um modelo produtor de commodities, que cria desconexões entre produtores e consumidores e aprofunda desigualdades no campo, além de promover a degradação ambiental. Diversas alternativas surgem para amenizar essas consequências negativas. Na prática agrícola, a Agroecologia é uma delas. Aplicados os seus princípios, chega-se a uma forma de produção mais equilibrada do que a convencional. Mas para se manter na atividade, os agricultores orgânicos devem comercializar sua produção, o que na legislação brasileira somente pode ser realizada por meio de certificação. Duas outras alternativas se mostram mais relevantes para o agricultor familiar: na comercialização, as redes alimentares alternativas e na certificação, a certificação participativa. Mas a comercialização que encurte as distâncias entre produtores e consumidores deve ser analisada conforme o contexto geográfico desses atores, fazendo da espacialidade um componente fundamental para a compreensão das dinâmicas de comercialização. O objetivo geral é compreender como se organizam os circuitos de comercialização dos agricultores orgânicos vinculados à Central de Associações dos Agricultores Orgânicos do Sul de Minas (OSM) e se eles viabilizam uma alternativa de produção e venda de produtos orgânicos no contexto da sociedade capitalista. A fundamentação teórica tratou principalmente dos conceitos as redes alimentares alternativas e suas hibridações com o sistema convencional, proximidade entre produção e consumo, circuitos curtos de comercialização; verificou-se como a agricultura se desenvolve na mesorregião de interesse e como a Agroecologia pode se manifestar como uma alternativa; em seguida, o enfoque foi o conhecimento do perfil dos agricultores vinculados à OSM e como se organizam os circuitos de comercialização de alguns agricultores e coletivos. A pesquisa teve uma abordagem qualitativa e foram utilizadas a observação, mapas, entrevistas semiestruturadas e pesquisa bibliográfica e documental para analisar os referidos circuitos. Verificou-se que a maior parte dos produtos são demandados por grandes centros consumidores como São Paulo e Rio de Janeiro e o mercado local é apenas complementar no escoamento da produção dos entrevistados. Mais importante que a venda em circuitos curtos locais é a organização coletiva e a diversificação dos canais de comercialização, com intermediários que valorizem de maneira justa a produção orgânica.