Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Pfitscher, Ricardo Gausmann |
Orientador(a): |
Caregnato, Célia Elizabete |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/202386
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Resumo: |
A presente dissertação lança olhares sobre o contexto de desigualdades do Ensino Superior brasileiro. Por mais avanços que tivemos, o sistema de ensino é marcado por forte estratificação educacional. No contexto nacional, as desigualdades de acesso e permanência deslocaram-se principalmente para os estágios superiores da educação. Fato que, historicamente, as camadas sociais privilegiadas mantêm vantagens de acesso e de permanência na totalidade das progressões educacionais, principalmente nas etapas avançadas. Assim, a atenção específica dessa pesquisa está para os segmentos estudantis detentores de menores recursos socioeconômicos nas transições para o Ensino Superior. Nessa perspectiva, o interesse desta pesquisa consiste em averiguar com base em que traços disposicionais os estudantes de Odontologia Noturno da UFRGS, egressos do ensino público gratuito e pertencentes a grupos de baixa renda, alcançam a permanência no curso de graduação. Quanto a isso, cabe entender, quais traços disposicionais são mobilizados nas transições dos estudantes ao Ensino Superior. A relação entre as trajetórias de vidas dos estudantes, as disposições mobilizadas e as estratégias de permanência na instituição universitária são questões centrais de análise para o tratamento do tema das desigualdades no Ensino Superior. A análise é fundamentada pelos aportes teóricos da Sociologia da Educação de Pierre Bourdieu e pela Sociologia Disposicional de Bernard Lahire. Para ambos os autores, os indivíduos são depositários de disposições para pensar, sentir e agir. Estas disposições são produtos de suas múltiplas experiências socializadoras, relativamente duradouras, em diferentes contextos de socialização. A metodologia de pesquisa se inspira no “retrato sociológico” de Lahire que busca entender as variações diacrônicas das disposições individuais em relação à trajetória passada do sujeito e as variações sincrônicas das disposições por conta dos contextos vivenciados, compondo, assim, uma microssociologia em escala individual. A pesquisa se apoia na investigação de estudantes que se situam na metade do curso, especificamente no 4° ano. Foram analisados dados socioeconômicos e culturais da turma de Clínica Odontológica II do curso noturno de modo a promover o recorte dos sujeitos de pesquisa. O estudo apresenta a análise sobre as transições educacionais de duas estudantes que totalizaram o Ensino Médio em escola pública e que indicaram ganho familiar médio mensal de até 1,5 salários-mínimos. Desse modo, a investigação, por meio da sociologia disposicional, que recorre à entrevista em profundidade, buscou identificar traços disposicionais e estratégias mobilizadas pelas estudantes frente às transições para o Ensino Superior e durante o curso. Verificou-se nas estudantes forte mobilização de traços disposicionais para o ascetismo e, ao mesmo tempo, a importância do capital social enquanto meios de progressão e permanência nas transições para o Ensino superior. Entende-se que as estratégias dos agentes são condicionadas pelo arcabouço de disponibilidades de ações orientadas pelo passado do agente e pelo contexto presente. As estudantes revelam estratégias de ajustamentos relativamente conscientes, embora, sejam realizadas a partir de mobilizações disposicionais acionadas conforme as exigências dos contextos. |