Os processos de sândi externo : análise variacionista da fala de São Borja

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Ludwig-Gayer, Juliana Escalier
Orientador(a): Collischonn, Gisela
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/14993
Resumo: Esta pesquisa propõe uma análise variacionista do fenômeno de sândi externo em dados do Projeto VARSUL, mais especificamente da cidade de São Borja. O fenômeno de sândi vocálico pode ser realizado de três formas: elisão, degeminação e ditongação. Analisamos cada um desses processos em separado, selecionando 784 ocorrências para a análise da elisão, 606 para a análise da degeminação e 772 para a análise da ditongação. Verificamos acusticamente, em um primeiro momento, cada um desses dados selecionados através do programa Wavesurfer e partimos posteriormente para a análise estatística com o programa Goldvarb-Windows. Nessa etapa, consideramos os seguintes grupos de fatores: acento, domínio prosódico, extensão do vocábulo, distância entre os acentos, tipo de palavras (lexical/funcional), estrutura silábica, categoria das vogais envolvidas, e as variáveis extralingüísticas sexo, idade, escolaridade e informante. Os resultados obtidos após as análises estatísticas atestaram uma taxa de aplicação de 55% para a elisão, 76% para a degeminação e 12% para a ditongação. Verificamos, nesses dados, que a aplicação da elisão e da degeminação é favorecida quando temos um ou mais dos seguintes contextos: (i) quando a seqüência estiver dentro da frase fonológica; (ii) quando as vogais envolvidas forem ambas átonas; (iii) quando as palavras envolvidas forem constituídas por mais de um segmento; e/ou (iv) quando a distância entre os acentos das duas palavras for de duas sílabas ou mais. Além desses condicionantes, a elisão ainda se mostrou favorecida quando V2 era anterior média e quando a primeira palavra não era funcional. Já em relação à ditongação, verificamos que o processo é favorecido quando uma ou mais das seguintes condições estiverem presentes: (i) quando a primeira palavra ou ambas forem constituídas de apenas uma vogal; (ii) quando uma das vogais da seqüência ou ambas forem tônicas; (iii) quando houver a combinação de vogal frontal mais vogal central, ou (iv) de vogal não-alta mais alta; (v) quando a seqüência estiver no domínio do grupo clítico; (vi) quando a distância entre os acentos das duas palavras for de uma sílaba; e (vii) quando a segunda palavra não for funcional. Além disso, constatamos a seleção de algumas variáveis extralingüísticas pelo programa e concluímos que isto ocorre porque a ditongação parece ser aplicada mais por determinados informantes do que por outros. De modo geral, nossos resultados confirmam os obtidos nas pesquisas que serviram de base em relação ao domínio prosódico preferencial de aplicação da elisão e da degeminação, à extensão das palavras envolvidas, ao acento das vogais, e à distância entre os acentos das palavras envolvidas. Por outro lado, os fatores categoria de palavras (lexical/funcional) e estrutura silábica de V2 não foram confirmados.