Preditores de resposta à telepsicoeducação em sessão única com vídeos de suporte para profissionais da linha frente durante a pandemia de COVID-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Ache, Ana Luiza da Silva
Orientador(a): Fleck, Marcelo Pio de Almeida, Spanemberg, Lucas
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/278577
Resumo: Introdução: A Pandemia da Covid 19 foi uma crise global significativa, impactando profundamente a vida das pessoas com isolamento social, incerteza, medo de contaminação e morte, e vários outros estressores interpessoais e sociais que aumentaram a necessidade de cuidados de saúde mental. Para atender essa demanda, o tratamento remoto tem sido implementado como forma de prestação de cuidados. A psicoeducação, que envolve fornecer aos pacientes informações sobre sintomas e tratamento, provou ser eficaz para facilitar mudanças comportamentais, melhorar hábitos e promover o envolvimento no tratamento. A intervenção em sessão única (SSI) demonstrou ser uma estratégia eficaz para reduzir o sofrimento emocional. A Psicoeducação Aprimorada (EP), que inclui escuta empática, estratificação de risco, monitorização de sintomas e modificação de hábitos, é particularmente adequada para SSI. Este trabalho analisou dados do Projeto TELEPSI de abril de 2020 a dezembro de 2021. Os indivíduos inscreveram-se voluntariamente através dos canais TELEPSI e foram atribuídos aleatoriamente a um dos quatro braços de intervenção. Tem como objetivo avaliar a eficácia da intervenção de Psicoeducação Aprimorada com vídeos de apoio. Foram desenvolvidos dois artigos e os métodos e resultados neste resumo serão divididos. Artigo 1: Métodos: Este estudo se concentrou em participantes de Psicoeducação Aprimorada com pelo menos uma pontuação de gravidade para depressão, ansiedade ou irritabilidade. As variáveis independentes analisadas foram coletadas em dois momentos: linha de base e um mês. Modelos lineares mistos (LMM) com o critério de máxima verossimilhança restrito (REML) foram construídos para avaliar os efeitos do tempo e das variáveis independentes da linha de base na trajetória dos sintomas em cinco desfechos diferentes (depressão, ansiedade, irritabilidade, satisfação com a vida e sono). Um modelo LMM separado foi construído para cada combinação das variáveis dependentes e independentes. Resultados: A amostra final é composta por 460 sujeitos, sendo 89,1% do sexo feminino e 81,1% profissionais de saúde, para os quais 300 sujeitos foram reavaliados em um mês (65% de retenção). Participantes com uso nocivo de redes sociais, passar tempo em redes sociais, jogar videogame, fumar, beber álcool, usar drogas, conviver com animais de estimação tiveram uma diminuição menos pronunciada dos sintomas. Por outro lado, os participantes que tocavam instrumentos ou já receberam algum tratamento psicológico apresentaram maior magnitude de diminuição dos sintomas. Artigo 2: Métodos: A amostra foi composta por todos os participantes randomizados para Psicoeducação Aprimorada com vídeos de suporte do Projeto TELEPSI, independente da gravidade dos sintomas. O desfecho da percepção da melhora foi dicotomizado em “melhora dos sintomas” ou “mesmos/piores sintomas”. As variáveis independentes foram divididas em três categorias: fatores sociodemográficos, fatores comportamentais e de estilo de vida durante a pandemia e fatores relacionados à intervenção que foram coletados duas vezes (linha de base e um mês). Foi utilizada a regressão logística regularizada (LASSO) para avaliar a resposta subjetiva ao tratamento (como resultado binário) no final do tratamento. Os coeficientes foram exponenciados e relatados como odds ratio juntamente com intervalos de confiança de 95%. Resultados: Quando analisamos a amostra total de Psicoeducação Aprimorada que incluem diferentes níveis de gravidade iniciais. Temos 709 sujeitos na reavaliação de 1 mês, 82,8% são profissionais de saúde, 87,8% profissionais de saúde. Após um mês, 558 (78,7%) sentiram-se melhor após a intervenção. Fatores associados positivamente aos desfechos: número de vídeos assistidos pelos participantes e uso de medicamentos sem prescrição médica; e negativamente consumo excessivo de carboidratos e gorduras. Conclusão: A Psicoeducação Aprimorada com o envio de vídeos de suporte revelou-se eficaz, tanto no grupo de indivíduos mais graves (Artigo 1) quanto quando avaliamos através da percepção de melhora os participantes com gravidades diferentes na avaliação inicial (Artigo 2). Nestes dois artigos destaca-se o impacto dos fatores do estilo de vida na eficácia das intervenções de sessão única. Estes resultados sublinham a importância de considerar factores de estilo de vida individuais ao implementar a SSI e contribuem para um crescente conjunto de evidências que apoiam a aplicação personalizada de estratégias psicoeducacionais em intervenções de saúde mental, particularmente em ambientes de elevado stress.