A atuação da política curricular freireana na educação de jovens, adultos e idosos (EJAI) na rede municipal de educação de Maceió – Alagoas (2013-2020)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rocha, Adriana Rocely Viana da
Orientador(a): Gandin, Luis Armando
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/236351
Resumo: Esta tese objetiva analisar e compreender a atuação da política curricular freireana na Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI) da rede municipal de educação de Maceió/AL (2013-2020). O estudo baseou-se nas contribuições teóricas e metodológicas da abordagem da sociologia educacional crítica, sobretudo a análise relacional (APPLE, 2006); na atuação de políticas educacionais, como um movimento praxiológico de interpretação-tradução curricular (BALL, 2015, 2016); no currículo como processo (SACRISTÁN, 1998; 2000), com ênfase na relação entre o contexto de formulação (currículo prescrito e apresentado aos professores/as e alunos/as) e realização curricular (currículo modelado); e, finalmente, na ampliação das análises da atuação, abrangendo, a partir da leitura curricular freireana (ARROYO, 2021), a centralidade da ação dos sujeitos educandos/as em seus contextos, a humanização como ideia base para desconstrução do paradigma político-pedagógico hegemônico, a cultura dos/as educandos/as como matriz de humanização e a justiça e a ética como valores centrais de formação humana na elaboração curricular para a EJA. Foi preciso combinar essas teorias, numa perspectiva relacional, visando capturar as singularidades e especificidades dessa atuação curricular, atentando para a influência da relação macro e microcontextual dessa política. O campo empírico aqui selecionado corresponde a duas escolas dos anos finais da EJAI, uma com histórico de oferta nessa modalidade educativa e outra com histórico de oferta como ensino fundamental noturno, considerando possíveis diferenças de atuação nas escolas. Para a coleta de dados, foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas com as coordenações e professores/as de cada área do conhecimento em cada uma das instituições, totalizando 11 (onze) entrevistas gravadas e transcritas. Além disso, foram consultados os projetos político-pedagógicos de cada escola para identificar as dimensões contextuais influentes nas atuações curriculares. Como resultado desta pesquisa, a atuação da política curricular da EJAI mostrou que, no nível da interpretação, os atores professores/as revelaram maior domínio da linguagem da política nos aspectos teórico-metodológicos do que as coordenadoras pedagógicas. Isso não significa que elas não compreendam a política, mas que expressam seu entendimento através do relato de dificuldades enfrentadas e relato da linguagem da prática da política. Quanto à tradução curricular, focada na linguagem da prática da política, os/as entrevistados/as revelaram que, nas práticas de planejamento individual e coletivo, adotou-se o método de projetos como currículo modelado nas escolas, ressaltando que a autonomia compartilhada no exercício profissional docente foi mais evidenciada na escola da EJAI com maior experiência de gestão democrática. Quanto aos discursos curriculares que reverberaram nas escolas, a influência das orientações curriculares mostrou avanços nos processos de reeducação do olhar dos/as educadores/as sobre os/as educandos/as da EJAI nas duas instituições pesquisadas; quanto às dificuldades para a atuação, evidenciaram-se, em ambas as escolas, a falta de carga horária para participação de muitos/as professores/as nos momentos de horários de trabalho pedagógico coletivo (HTPC) e a falta de melhores condições e recursos na EJAI. Porém, a escola que ofertava o ensino fundamental noturno mostrou que essa política exige muita criatividade e tempo de estudo para ser colocada em ação pelos/as professores/as. Além disso, há dificuldade no trabalho curricular com os/as adolescentes da EJAI.