Avaliação da administração da cepa probiótica de Enterococcus faecium M7AN10 em modelo experimental de colite induzida por DSS : foco na neuroinflamação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santos, Francine dos
Orientador(a): Paz, Ana Helena da Rosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
DSS
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276474
Resumo: As doenças inflamatórias intestinais (DIIs) são um grupo de distúrbios gastrointestinais caracterizados por inflamação crônica e disbiose da microbiota intestinal. Os dois principais fenótipos de DII são a doença de Crohn (DC), e a retocolite ulcerativa (RCU) ou colite. Estudos recentes têm associado as DII com transtornos psiquiátricos como ansiedade, depressão, demência, doença de Alzheimer, Parkinson entre outras. Uma das possíveis causas é a inflamação do sistema nervoso central (SNC). Esta pode ocorrer a partir da inflamação intestinal, ou da disfunção do sistema nervoso entérico (SNE) que aumentam a permeabilidade intestinal facilitando a translocação de enterotoxinas intestinais para a circulação. A literatura mostra que o uso de probióticos pode contribuir para induzir a remissão das DII ou reduzir a exacerbação dos sintomas inflamatórios, influenciando diretamente a atividade da doença e/ou alterando o sistema imune da mucosa intestinal e a sua microbiota. Além disso, uma vez que bactérias do intestino e seus subprodutos, podem estar associados ao desenvolvimento de neuroinflamação, o uso de probióticos poderia promover redução na neuroinflamação. Neste trabalho, avaliamos os efeitos do Dextran Sulfato de Sódio (DSS) no desenvolvimento da colite e da neuroinflamação, bem como a administração do probiótico Enterococcus faecium M7AN10 como possível estratégia terapêutica. Para tal, o modelo de colite experimental foi induzido em camundongos C57BL/6 pela administração oral de 2% DSS na água para beber por 7 dias. Os animais foram divididos em 4 grupos sendo eles: controle saudável, M7AN10, DSS e DSS+M7AN10. Os grupos controle saudável e DSS, receberam gavagem de solução salina, os demais grupos receberam 3,5 x 108 UFC de E. faecium M7AN10, via gavagem, durante 12 dias, antes e durante a indução da RCU. Durante o protocolo, o índice de atividade da doença (IAD) foi atribuído. Também foram realizados os testes comportamentais open field e plus maze para avaliar comportamento tipo ansioso. Após a eutanásia, o cérebro e o intestino foram coletados para avaliação histológica e dosagem de citocinas. Quanto aos sintomas da RCU, a administração da cepa probiótica E. faecium M7AN10 mostrou atenuar o IAD bem como o dano histológico, entretanto o probiótico não atenuou o encurtamento do intestino causado pelo DSS. Em relação a neuroinflamação, foi observado que a colite aguda induzida por DSS a 2% não 2 promove alterações comportamentais. Entretanto o DSS aumentou os níveis de IL1-β, IL-6 e TNF-α no hipotálamo, o que foi revertido pelo probiótico no grupo DSS+M7AN10. Não foi observado o aumento das referidas citocinas em hipocampo e córtex cerebral. Interessantemente, animais saudáveis que receberam a cepa probiótica de E. faecium - grupo M7AN10- também apresentaram aumento de IL1-β, IL-6, TNF-a e ainda IL17a no hipotálamo mesmo sem a presença da inflamação intestinal. Estes achados sugerem que a cepa probiótica M7AN10 auxilia na redução da neuroinflamação e sintomas da colite ulcerativa nos animais com inflamação intestinal, entretanto em animais saudáveis, sua aplicação promove neuroinflamação possivelmente associada à alteração na composição da microbiota. Os dados apontam para uma revisão na indicação de probióticos de forma profilática.