“Cripta sem profundidade” : sistemas de ocultação e figuras de segredo na comunicação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Colling, Giovana dos Passos
Orientador(a): Silva, Alexandre Rocha da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/241935
Resumo: O trabalho investiga de que forma o segredo estrutura a narrativa comunicacional. O problema de pesquisa é “Como o segredo funciona enquanto um dispositivo estruturante da comunicação? Por meio de quais figuras e sistemas de ocultação se demonstra?”. Para isso, buscam-se as figuras de segredo em obras literárias, entendendo a literatura como um meio de comunicação vinculado “tradicionalmente” à ideia de segredo. Em um primeiro momento, pensamos o segredo na comunicação a partir de sua existência na estrutura, bem como a partir de seu funcionamento, também críptico. Apresentamos clássicos que demonstram a presença do segredo na narrativa; relacionamos o aparecimento do segredo com o desnudamento e o erótico de Georges Bataille e com a noção de comunidade de Maurice Blanchot. Na sequência, passamos a elaborar o conceito de segredo a partir de Michel Foucault, Jacques Derrida, Roland Barthes e Umberto Eco. Com esses autores passamos a formular as figuras, que são a ação prática do segredo na narrativa, a exemplo de um papel desempenhado pelos personagens em relação ao segredo. Essas figuras se estabelecem a partir dos sistemas de ocultação, que determinam quem tem conhecimento do segredo e quem não o tem, o que acaba por encaminhar o desenvolver da história. Dado isto, procuramos entender quais são e como funcionam esses sistemas de ocultação, que moldam o segredo, e essas figuras, que o demonstram em ação, para observar pistas da importância e da ação do segredo para as relações de comunicação. Sendo assim, para fins de análise propomos a criação de um inventário de figuras a partir dos pares de sentido: o confidente e a testemunha; a inscrição e a performance; o enigma e os indícios. Essa busca se dá por meio das quatro obras literárias escolhidas, que demonstram o segredo em operação: Konfidenz, de Ariel Dorfman (1999); Sul, de Veronica Stigger (2016); Coração tão branco, de Javier Marías (2008); e Antonio, de Beatriz Bracher (2010). As figuras são empregadas para dar corpo à narrativa na trama e aparecem no decorrer das obras, desde a instauração do segredo, constituindo seu processo, até a sua revelação ou suspensão ao final da narrativa. Já os sistemas de ocultação separam quem tem ou não tem acesso ao segredo. Com isto, observamos a estruturalidade do segredo, que mobiliza o desencadeamento das narrativas e se dá em comunidade. O segredo não interdita a comunicação, mas a multiplica.