Discursos sobre a inclusão escolar : governamento docente e normalização dos sujeitos surdos pelo atendimento educacional especializado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Cardoso, Ana Cláudia Ramos
Orientador(a): Thoma, Adriana da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/106461
Resumo: Esta dissertação tem por objetivos problematizar a inclusão escolar como um dispositivo biopolítico e a formação de professores como uma das estratégias para colocar a inclusão escolar em funcionamento; identificar e analisar os discursos sobre a surdez, os surdos e sua escolarização e; compreender como esses discursos conduzem as condutas dos professores e constituem práticas para normalizar os alunos surdos. O corpus da investigação foi constituído pelos textos usados como referencial teórico da disciplina AEE e Pessoa com Surdez, além de um texto usado na disciplina Atendimento Educacional Especializado (AEE) de um curso de especialização para professores que atuam ou pretendem atuar no serviço de AEE na escola comum. Este curso faz parte do Programa de Formação Continuada de Professores na Educação Especial, do Ministério de Educação (MEC). Como ferramentas de análise, utilizo as noções de discurso, governamento e normalização, desenvolvidas por Michel Foucault. Identifico a recorrência de discursos de três campos do saber: discursos do direito que produzem a necessidade de transformações na escola comum para garantir a participação e aprendizagem de todos os alunos. Essas transformações são perpassadas pela valorização e reconhecimento das diferenças. Discursos pedagógicos, que instituem práticas de governamento, pautadas em técnicas disciplinares que, ao distribuir os alunos surdos nos tempos e espaços da sala de aula comum e do AEE, convocam o olhar vigilante do professor desse serviço. Discursos linguísticos que direcionam as condutas do professor do AEE para oferecer uma educação bilíngue, por meio da Língua Brasileira de Sinais, compreendida como um recurso de acessibilidade aos conteúdos escolares e da Língua Portuguesa, como a que oportunizará a esses alunos tornarem-se sujeitos/cidadãos. Para cada uma das línguas são definidos tempos e espaços para o seu ensino e uso, dentro da organização dos três momentos-didáticos do AEE – AEE em Libras, AEE para o ensino da Libras e AEE para o ensino da Língua Portuguesa. Dessa forma vejo operar o governamento docente para a normalização dos alunos surdos num movimento de gerenciamento de riscos, produzindo sujeitos autônomos, participativos e competentes nas duas línguas, tanto na escola como fora dela.