Discursos e processos de normalização dos sujeitos surdos através de próteses auditivas nas políticas de governo da atualidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Pontin, Bianca Ribeiro
Orientador(a): Thoma, Adriana da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/95664
Resumo: O trabalho apresenta uma análise dos discursos e processos de normalização dos sujeitos surdos, tendo como pergunta central: Quais discursos sobre surdez, surdos e próteses auditivas estão presentes nas políticas de governo da atualidade e como esses discursos produzem processos de normalização do sujeito surdo? Para isso, analiso os seguintes materiais: 1) Manual de perguntas e respostas sobre o sistema de IC, 2) Nota técnica nº 28/2013 da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão/Ministério da Educação - SECADI/MEC; 3) Documento orientador do projeto: Uso do Sistema de FM na Escolarização de Estudantes com Deficiência Auditiva e 4) Relatório nº 58 da CONITEC – Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS pelo Ministério da Saúde. Nesses materiais, busco identificar os discursos sobre a surdez, os surdos e as próteses auditivas que estão presentes nas políticas de governo da atualidade e como esses discursos produzem processos de normalização disciplinar e biopolítica dos sujeitos surdos. Os conceitos-ferramentas que utilizo para desenvolver as análises são discurso e normalização desenvolvidos por Michel Foucault. Quanto aos procedimentos metodológicos, seleciono excertos dos materiais analisados e faço agrupamento temáticos a partir de recorrências de enunciados, que formulei como perguntas: 1) Cumprindo legalmente? 2) Liberdade de escolha? e 3) Possibilidades de sucesso, para quem?. Através desses agrupamentos, mostro como os discursos neles encontrados constituem sujeitos novos, ou seja, sujeitos implantados, que não são nem surdos nem ouvintes, que vivem em uma situação híbrida, de fronteira, com identidades que escapam dos polos binários de classificação habituais a partir dos quais fomos acostumados a pensar a educação de surdos até o presente. Entendendo que os discursos produzem práticas, busco mostrar como esses materiais contribuem para a condução e normalização dos sujeitos surdos na contemporaneidade. No final, convido os leitores a refletirem sobre os discursos sobre a criança implantada que entram na escola comum e nela passam a circular como verdades, produzindo novos jeitos de ser e viver a condição da surdez, novas identidades de crianças surdas implantadas.