Curso noturno de pedagogia: universidade para trabalhadoras/es?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Tavares, Elen Machado
Orientador(a): Machado, Carmen Lúcia Bezerra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/27685
Resumo: Nesta dissertação pesquisamos o processo de formação das trabalhadoras/alunas no Curso de Licenciatura em Pedagogia, organizado sob a Resolução CNE/CP 01/2006, da Universidade Federal do Rio Grande-RS (FURG) entre os anos 2008 e 2009. O estudo de caso, de natureza qualitativa, assumiu como método o desenvolvimento da dialética marxiana. O principal objetivo consistiu em apreender os papéis que o referido curso vem desempenhando na formação, como professoras, das trabalhadoras/alunas. Partimos do princípio que a organização do trabalho em uma sociedade está intimamente ligada a organização dos processos educativos. Por isso, salientamos a influência da reestruturação produtiva do capital nas décadas de 1960 e 1970 na formação do trabalhador flexível, polivalente, características presentes na proposta do curso. No modo capitalista de produção a educação e o trabalho são direito de todos, entretanto, são acesso de alguns. A materialidade do trabalho encontra na divisão do trabalho intelectual e manual uma orientação fundamental na Universidade, não permitindo as trabalhadoras/alunas dedicação exclusiva às demandas acadêmicas. Apreendemos que o curso de Pedagogia, sob vigência flexível cumpre um duplo movimento dadas as condições concretas de seu processo na formação, como professoras, das trabalhadoras/alunas: ao mesmo tempo contribui, por meio de suas relações, para manter as relações de hierarquização, obediência, senso comum, e de desnaturalizações de processos historicamente desenvolvidos. Os sujeitos entrevistados revelaram, de modo geral, que a universidade da maneira como está organizada não está preparada para receber o trabalhadoraluno. O que nos move a pesquisar nesse campo é: se a universidade, como está organizada, não é feita para o trabalhador, como fazê-la?