Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Kierniew, Janniny Gautério |
Orientador(a): |
Moschen, Simone Zanon |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/255576
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Resumo: |
Esta tese parte de uma experiência de pesquisa-in(ter)venção em um hospital público na cidade de Porto Alegre (RS), no Setor de Dor Crônica e Cuidados Paliativos. Entre os anos de 2015 e 2020, trabalhamos junto a pacientes, familiares e equipe desse setor, tanto no sentido de delinear dispositivos de in(ter)venção que possibilitassem operar com a palavra em sua dimensão simbólica quanto no de recolher os efeitos dessa operação com o intuito de decantar elementos que permitissem constelar relações entre educação, saúde e psicanálise. Por meio de dois projetos de extensão, o Ateliê Jardim de Histórias (com pacientes diagnosticados com dor crônica) e No Coração da Agulha (com pacientes em fim de vida), a pesquisa-in(ter)venção estabeleceu contornos para uma escuta em transferência em settings não usuais para a psicanálise bem como buscou transmitir, para os trabalhadores do Setor, os efeitos dessa práxis que mobilizou a produção de narrativas com o intuito de produzir efeitos de sujeito. O Bordado Coletivo e o Carrinho de Parada foram dois dos dispositivos inventados nesses projetos. Ambos, pela via da tecitura em uma superfície compartilhada (o tecido/toalha do bordado), buscaram propiciar uma experiência de escuta de si e do mundo, nutrindo uma zona onde o comum se fez pelo compartilhamento dos (im) possíveis da existência. Por meio da sustentação de gestos mínimos e singulares, procuramos dar lugar aos deslocamentos que sustentam um saber-fazer-com a linguagem: a produção de um ethos que tem domicílio nas passagens e que, ao “trabalhar a dura matéria, [que] move a língua”, como refere Maria Gabriela Llansol, busca abrir espaços de partilha onde a contingência possa operar suas aberturas. O tempo no Ateliê Jardim de Histórias, bordando com pacientes diagnosticados com dor crônica, ensinou-nos sobre a força e a potência da palavra na medida em que a circulação das narrativas na roda permitiu (a)notar camadas em que cabem tanto aquilo que pode cronificar na dor quanto o que da dor não tem como deixar de latejar em uma existência. Já o projeto No Coração da Agulha ativou a maquinaria da linguagem nos corredores da instituição, especialmente nos encontros com os sujeitos em fim de vida, desenhando um modo de in(ter) venção que se orientou pela escuta e sensibilidade para a-bordar o vivo nos limiares da vida. As duas experiências, cada uma no seu formato, permitiram ampliar um pensamento sobre o lugar do sentido e da polissemia significante enquanto pilares do trabalho de um fazer que se orienta na direção da transmissão, alçando, assim, as formações do inconsciente e a prática da Letra ao estatuto de princípios para um ensino como ato poético. |