Atividade anti-trichomonas vaginalis de moléculas produzidas por basidiomicetos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Duarte, Mariana
Orientador(a): Macedo, Alexandre José
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/40410
Resumo: O protozoário flagelado, Trichomonas vaginalis, causa a tricomonose, a doença sexualmente transmissível (DST) não viral mais comum no mundo. Metronidazol e tinidazol são os dois fármacos de escolha recomendados pelo Food and Drug Administration (FDA, USA) para o tratamento da tricomonose humana. Entretanto, isolados de T. vaginalis clínicos ou laboratoriais resistentes e reações adversas comuns têm sido reportados. Sabe-se que fungos produzem moléculas bioativas podendo ser uma fonte em potencial de novas moléculas antiparasitárias, sendo assim, a busca por compostos naturais bioativos em basidiomicetos pode ser uma abordagem interessante para descoberta de fármacos alternativos. O objetivo desse estudo foi investigar a presença, purificar e identificar substâncias com atividade anti-Trichomonas no meio de cultivo de micélios de basidiomicetos. Para a obtenção dos compostos bioativos, os basidiomicetos Amauroderma camerarium, família Ganodermataceae, e Gymnopilus pampeanus, família Cortinariceae, foram cultivados em meio caldo extrato de malte (CEM) com variação da fonte de nitrogênio e tempo de cultivo. O extrato bruto com maior atividade anti-T. vaginalis para A. camerarium (CEM + KNO3 28 dias de cultivo) foi escolhido para ensaios de purificação e caracterização, que indicaram que o composto bioativo é de natureza protéica. Uma proteína sem alta identidade com outra proteína foi purificada e foi denominada amaurocina. Amaurocina apresenta atividade contra isolados clínicos de T. vaginalis – TV LACH1 e TV LACM2 – (CIM= 62,4 μg/mL), sendo um isolado resistente ao metronidazol (TV LACM2), e contra o isolado ATCC 30236 (CIM= 31,2 μg/mL). A Amaurocina também apresenta atividade próinflamatória por induzir aumento da liberação de óxido nítrico de neutrófilos, o qual é um importamente mecanismo de defesa do hospedeiro durante a infecção parasitária. Para G. pampeanus, os extratos mais ativos foram produzidos em meio CEM + KNO3 por 28 dias de cultivo e CEM + KNO3 por 21 dias de cultivo, porém a purificação desses extratos é necessária. Esses resultados estão em concordância com o alto potencial de produção de biocompostos dos basidiomicetos, o qual tem sido reportado na literatura por décadas.