Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Patrícia Gonçalves |
Orientador(a): |
Anjos, José Carlos Gomes dos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/197185
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Resumo: |
Este trabalho busca refletir sobre o andar junto ao Quilombo dos Machado, localizado na Zona Norte de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, Brasil. Visa compreender como o conhecimento localizado de uma comunidade negra, urbana de periferia, é mobilizado para a defesa do território na disputa contra uma grande corporação. Objetivou-se demonstrar a potência epistêmica elaborada a partir dos corpos que estão em luta pelo território. Revelando uma insurgência anti-colonial e rotas de fugas traçadas por linguagens capoeirísticas que se movimentam, impedindo o aprisionamento, cooptação e captura de seus corpos-territórios. As relações dimensionadas aqui como resultado de observações participantes e rodas de conversa vivenciadas junto à comunidade também refletem os caminhos possíveis de uma pesquisa engajada confluindo vínculos entre o ativismo social e a produção acadêmica, a partir da corporalidade da pesquisadora negra e as diversas formas colaborativas e interdisciplinares do fazer ciências. Esse estar junto permitiu compreender como as memórias matriarcais reconectam as trajetórias de deslocamentos em busca da vida realizadas pelas famílias negras em seus processos de desterritorializações no campo e na cidade. A principal defesa destas famílias é assegurada pela relação comunitária. É no grupo que encontram forças para vencer o racismo, a fome, a dor. Por meio do cuidado com a sua ancestralidade e religiosidade, nos movimentos da capoeira, defendem o mais elementar: a territorialidade negra, diante de ameaças internas e externas dentro do sistema colonial. Dessa maneira aterram o território, algo que não é fixo e nem estagnado no tempo e no espaço. Forçam a desconstrução ou expansão de conceitos cristalizados para comportar as dinâmicas do viver. Lógicas decodificadas por mulheres e suas gingas em defesa do território, bem como os desafios de uma identificação local comunitária atenta à juventude, confirmam as relacionalidades de um modo de vida singular. Demonstram que seu pensamento filosófico e sua forma pedagógica de darem conta de suas vidas atravessam as fronteiras do território, restituindo o tecido social e fortalecendo a luta negra em Porto Alegre. |