Padronização da co-cultura de Trichomonas vaginalis, Candida albicans e Lactobacillus crispatus : um novo método para caracterização da atividade antimicrobiana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Cardoso, Fernanda Gomes
Orientador(a): Tasca, Tiana
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/282358
Resumo: Disbiose é o desequilíbrio na microbiota vaginal, normalmente dominada por Lactobacillus. As principais causas são vaginose, vaginite e infecções sexualmente transmitidas (ISTs). Embora em baixa quantidade, há uma comunidade fúngica presente na microbiota vaginal das mulheres, sendo Candida albicans a levedura mais predominante. No entanto, esta levedura pode causar vaginite infecciosa, conhecida como candidíase vulvovaginal (CVV), que está associada a casos recorrentes. A IST não viral mais comum do mundo é a tricomoníase, causada pelo protozoário flagelado extracelular Trichomonas vaginalis. Essa infecção está associada ao aumento da transmissão e aquisição de HIV/AIDS. Ambas, tricomoníase e CVV, apresentam isolados resistentes ao tratamento, destacando a necessidade de novos fármacos. Neste contexto, esta dissertação teve como objetivo padronizar a co-cultura de T. vaginalis, C. albicans e L. crispatus a fim de simular o microambiente vaginal, funcionando como uma ferramenta de testagem de compostos ativos almejando novos fármacos. Neste contexto, esta dissertação teve como objetivo padronizar a co-cultura de T. vaginalis, C. albicans e L. crispatus a fim de simular o microambiente vaginal, funcionando como uma ferramenta de testagem de compostos ativos almejando novos fármacos. O meio de cultura selecionado foi o meio líquido de De Man, Rogosa e Sharpe (MRS) e a densidade inicial de isolados ATCC ou clínico fresco de T. vaginalis, C. albicans e L. crispatus foi de 1,00 x 106 trofozoítos/mL, 3,33 x 104 UFC/mL e 5,53 x 106 UFC/mL (LC2, co- cultura com o isolado ATCC) ou 5,53 x 107 UFC/mL (LC1, co-cultura com o isolado clínico fresco), respectivamente. O meio MRS e densidade inicial escolhidos promoveram, após 24 horas de incubação, um pH próximo a 5,0 e uma média de densidade de 2,0 x 106 trofozoítos/mL para os isolados de T. vaginalis, 2,6 x 106 UFC/mL para C. albicans e 7,9 x 106 UFC/mL para LC2 e 8,3 x 106 UFC/mL para LC1. Com a padronização, observou-se que maiores densidades de L. crispatus influenciaram na viabilidade celular de C. albicans e do isolado ATCC de T. vaginalis. Os valores de MIC para metronidazol de isolados de T. vaginalis e MFC para fluconazol de C. albicans reduziram (2 vezes para o isolado ATCC e 4 vezes para o isolado clínico) na co-cultura quando comparados com a monocultura. Além disso, a co-cultura aumentou a citotoxicidade do isolado ATCC, inibiu a formação de biofilme e a atividade metabólica do biofilme de C. albicans (em até 92% e 90%, respectivamente) e a transição de levedura para hifa de C. albicans (em até 70%). Este conjunto de resultados sugere que este sistema in vitro é um método eficiente para avaliar a eficácia antimicrobiana de novos compostos contra patógenos da vaginite e para avaliar interações entre microrganismos.