Dopinho, entre evocar e apagar: as disputas de memória relativas ao DOPS/RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Custodio, Jacqueline
Orientador(a): Julião, Letícia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/236147
Resumo: A presente investigação parte do fato de que o antigo centro clandestino de detenção conhecido como Dopinho não foi definitivamente tombado e nem o Centro de Memória Ico Lisboa foi estabelecido no imóvel, apesar de esse ter sido considerado de valor histórico pelo Município de Porto Alegre (RS) e da demanda da sociedade civil pelo seu reconhecimento como sítio de memória. A partir desta constatação, buscou-se identificar que forças foram catalisadas para que estes objetivos não se concretizassem, considerando-se o processo brasileiro da justiça de transição e a disputa de memórias que envolve o tema da ditadura civil-militar no Brasil. Partindo do exame sobre o contexto social e histórico que resultou no golpe de 1964, a pesquisa busca definir o papel do Dopinho na arquitetura dos órgãos de repressão da época e como se deu a sua publicização, decorrente da investigação do “Caso das Mãos Amarradas”. Considerando que se tratava de um centro clandestino, os testemunhos foram essenciais, para que se conhecesse o que ocorreu dentro do imóvel e, por isso, a importância de se entender a relação entre os estudos relativos à memória e o prédio, assim como a análise de sua função de reparação simbólica, no escopo da justiça de transição. Foram realizadas entrevistas com pessoas que estiveram, de alguma forma, envolvidas no curso para a patrimonialização do lugar, pesquisa em documentos de arquivos históricos e imagéticos, além de material jornalístico. Em particular, foram analisadas as tratativas para a desapropriação do imóvel, os processos de tombamento do imóvel nas instâncias federais, estaduais e municipais, a atuação do Ministério Público Federal e dos movimentos sociais envolvidos na luta pelo centro de memória. Na investigação, foram identificados atos administrativos que, se não impossibilitaram, ajudaram a paralisar o processo de ressignificação do local, deixando incompleta a patrimonialização e a musealização do lugar, e o peso do atual movimento de negacionismo e revisionismo ideológico nesse resultado.