A natureza do fenômeno pressuposicional : uma avaliação experimental da hipótese de que pressuposições são implicaturas escalares e uma proposta alternativa baseada em princípios cognitivo-conversacionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oliveira, Tamara Melo de
Orientador(a): Goldnadel, Marcos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/249008
Resumo: Inferência reconhecida por sua resistência a contextos que eliminam acarretamentos e, ao mesmo tempo, passível de cancelamento ou suspensão em uma série de outros contextos, pressuposição é um dos temas mais controversos em Semântica e Pragmática. Tradicionalmente consideradas resultado de marcação convencional no léxico, mais recentemente, pressuposições passaram a ser vistas por alguns autores como inferências de natureza conversacional, como fenômeno similar a implicaturas de quantidade escalar. Entre os autores que compartilham essa visão, está Jacopo Romoli, que, além de desenvolver uma hipótese para a explicação do fenômeno (Romoli, 2015), tem realizado, com alguns colegas, experimentos criados com o intuito de testar sua proposta. Este trabalho insere-se no debate acerca da natureza do fenômeno pressuposicional de duas formas: com o desenvolvimento de um experimento elaborado para comparar pressuposições e implicaturas de quantidade escalares e com uma proposta de explicação para a produção de inferências pressuposicionais em enunciados contendo verbos aspectuais. Em primeiro lugar, inspirados no estudo experimental de Bill, Romoli e Schwarz (manuscrito), propomos um experimento criado para lidar com problemas presentes naquele estudo. Utilizando o mesmo paradigma dos autores (paradigma da caixa coberta), nosso experimento compara, diretamente, enunciados pressuposicionais e implicaturais escalares, ambos em suas versões afirmativas e negativas. Algumas das mudanças adotadas no nosso estudo são em relação ao gatilho pressuposicional utilizado e à ordem de apresentação dos estímulos. Nosso experimento possibilitou comparações (não realizadas no estudo citado) que indicam diferenças de processamento significativas entre pressuposições e implicaturas escalares. Essa nova forma de considerar pressuposições baseia-se em um princípio cognitivo relativo à ordem de processamento dos conteúdos de um enunciado e nas noções de question under discussion e de tempo tópico. A partir desses elementos, nossa proposta permite identificar mecanismos que preveem passos de processamento na produção de inferências pressuposicionais.