Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Lucena, Karina de Castilhos |
Orientador(a): |
Fischer, Luís Augusto |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/54095
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Resumo: |
O objetivo deste trabalho é analisar a obra inicial do escritor uruguaio Juan Carlos Onetti (Montevidéu, 1909 – Madrid, 1994), publicada entre 1933 e 1941, tentando demonstrar que, diferentemente do que a crítica onettiana tradicional, geralmente de orientação existencialista, costuma afirmar, há engajamento do escritor e de suas personagens na realidade histórica da época. Foi escolhida essa fatia da narrativa, por refletir os anos de formação do escritor, que coincidem com eventos históricos que marcaram o Ocidente e aparecem na ficção onettiana. A experiência socialista na URSS, o franquismo na Espanha, o nazismo na Alemanha e depois no Ocidente, com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, são temas presentes na narrativa de Onetti. A fase inicial é inaugurada em 1933 com a publicação do primeiro conto e encerra-se em 1941, quando Onetti instala-se em Buenos Aires e publica Tierra de nadie, considerado por críticos como Eduardo Becerra Grande, cuja divisão das fases da obra onettiana adotamos neste trabalho, o último livro do período de formação do escritor. O corpus de análise é composto de todos os textos publicados no período estudado, a saber: os artigos para o semanário montevideano Marcha, com os pseudônimos Periquito el Aguador e Grucho Marx; as cartas enviadas ao crítico de arte argentino Julio Payró; os contos Avenida de Mayo – Diagonal – Avenida de Mayo, El obstáculo, El posible Baldi, El fin trágico de Alfredo Plumet, Crimen perfecto, Convalecencia e Un sueño realizado; a novela El pozo; e o romance Tierra de nadie. A análise demonstrou que, independentemente do gênero adotado, a matéria histórica está presente na narrativa onettiana, através da inclusão de personagens estrangeiras e militantes de esquerda que sinalizam as disputas ideológicas da época. Além disso, há a discussão de temas relacionados à formação da literatura uruguaia, na qual o contraste entre narrativa rural e urbana assume papel determinante. Juan Carlos Onetti estabelece nesses textos iniciais um programa que balizará grande parte de sua ficção posterior: ambientação urbana, experimentações com o foco narrativo, precisão temporal, complexidade de caracteres e vínculo com a realidade histórica. Ao mesmo tempo, o perfil biográfico apresentado neste estudo sugere que a lenda negra que acompanha Onetti, a qual afirma ser a incomunicabilidade – social e política – o principal traço de sua personalidade, pode ser relativizada se considerado que o escritor constituiu família, manteve amizades e assumiu cargos diretivos em jornais, revistas e agências de de notícias do Uruguai e da Argentina. |