Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Hallwass, Gustavo |
Orientador(a): |
Silvano, Renato Azevedo Matias |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/29992
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Resumo: |
A pesca artesanal de pequena escala (ou subsistência) tem sido historicamente pouco estudada. Poucos estudos buscam compreender os fatores que influenciam a pesca nessa escala. Populações humanas que dependem dos recursos naturais apresentam bom conhecimento sobre o ambiente e os recursos explorados. Barramentos de rios são uns dos principais impactos na pesca de águas interiores, e pouco se sabe sobre esses impactos ao longo do tempo. Portanto, informações das populações locais e da pesca de subsistência podem melhorar e complementar o conhecimento científico sobre a pesca e os impactos causados por barramentos. O objetivo desse estudo é analisar as características da dinâmica da pesca artesanal de subsistência no Baixo Rio Tocantins (Amazônia brasileira) através de entrevistas e desembarques pesqueiros. Testamos a eficiência do conhecimento ecológico local de pescadores através de entrevistas no diagnóstico da dinâmica da pesca e de mudanças ambientais decorrentes de barragens em grandes rios (1º capítulo). Também analisamos o rendimento pesqueiro e as variáveis que influenciam na captura de peixes em cinco comunidades de pescadores artesanais do Baixo Rio Tocantins (2º capítulo). Foram realizadas 300 entrevistas com pescadores de nove comunidades ribeirinhas e registrados 606 desembarques pesqueiros em cinco destas comunidades, em 67 dias de amostragem. Através das entrevistas é possível identificar os peixes mais capturados, as artes de pesca e tamanhos de malhas de redes mais utilizadas pelos pescadores, além da sazonalidade da abundância dos peixes. Houve mudança na composição dos desembarques pesqueiros, 22 anos após o barramento. Através das entrevistas com os pescadores, foi possível identificar também quais espécies de pescado aumentaram (Plagioscion squamosissimus), quais diminuíram (Characidae, várias espécies de pacu), bem como quais desapareceram (Semaprochilodus brama) após o barramento. A produção anual e o rendimento financeiro da pesca foram reduzidos em cerca de 55% após o barramento do rio. A maior parte da variação da biomassa de peixes capturada é explicada pelas variáveis ligadas ao esforço e comportamento do pescador: tempo de pesca (35%), número de pescadores (30%) e a distância até local de pesca (20%). Entrevistas demonstraram ser um método rápido, confiável e de baixo custo para obter importantes informações sobre a pesca e os impactos à jusante de uma hidrelétrica em um grande rio amazônico. O conhecimento ecológico local pode complementar pesquisas ecológicas de longa duração de uma maneira rápida e eficiente. Considerar os pescadores, seu conhecimento e seu comportamento na elaboração de planos de manejo pesqueiro adequados com a realidade local, parece ser a maneira mais promissora de garantir a manutenção da biodiversidade, conservação dos recursos pesqueiros e manutenção da pesca artesanal como atividade econômica. |