Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Hallwass, Gustavo |
Orientador(a): |
Silvano, Renato Azevedo Matias |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/119625
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Resumo: |
Pescarias tropicais são consideradas multiespecíficas, mas podem apresentar diferentes níveis de seletividade. A falta de longas séries temporais de dados pesqueiros, principalmente em ecossistemas tropicais, prejudica a avaliação das mudanças e impactos relacionados à pesca. A explotação pesqueira em ambientes tropicais está associada ao processo de substituição das maiores espécies por espécies de menor porte (fishing down process). O conhecimento ecológico local (CEL) de pescadores tem sido aplicado em estudos de ecologia, distribuição e abundância atual e passada de peixes para avaliar a conservação de espécies, de ecossistemas e na elaboração de normas de manejo. O objetivo da tese é analisar os padrões de seletividade da pesca continental da Amazônia através de dados secundários, investigar mudanças na abundância e composição das espécies capturadas no Baixo Rio Tapajós ao longo do tempo, bem como propor uma abordagem de manejo pesqueiro baseado no conhecimento ecológico local dos pescadores, registrados através de entrevistas e desembarques pesqueiros (dados primários). Analisamos a seletividade de pescarias em 46 locais ao longo da Bacia Amazônica, através da proporção da biomassa das principais espécies capturadas, proveniente de 15 estudos científicos já publicados. Entrevistamos 203 pescadores e 51 deles realizaram o monitoramento participativo de suas pescarias durante um ano, em 11 comunidades do Baixo Rio Tapajós. Analisamos o CEL de pescadores sobre possíveis mudanças na abundância e composição; tamanho e época reprodutiva das espécies de peixes mais capturadas, relacionando à literatura cientifica e desembarques pesqueiros. Avaliamos o nível de conservação dos recursos pesqueiros em três diferentes categorias de Unidades de Conservação (UCs), com diferentes tempos de criação. A maioria das pescarias Amazônicas foram consideradas moderadamente seletivas. Onze espécies de peixes (nove delas migratórias) têm recebido maior pressão de pesca nas regiões Amazônicas (Capítulo 1). A composição das espécies mais capturadas variou temporalmente no Baixo Rio Tapajós, apresentando tendência de diminuição das maiores espécies como o pirarucu (Arapaima gigas), tambaqui (Colossoma macropomum) e tucunaré (Cichla spp.). O tempo de criação das UCs na Amazônia apresentou influência positiva na conservação das espécies, enquanto que a proximidade e o acesso ao mercado consumidor apresentaram influência negativa (Capítulo 2). Pescadores citam tamanhos reprodutivos das espécies de acordo com os tamanhos registrados na literatura científica. Pescadores citam o período reprodutivo das espécies de acordo com desembarques pesqueiros, mas parcialmente de acordo com a literatura (Capítulo 3). O CEL dos pescadores mostrou-se eficiente na avaliação do tamanho reprodutivo e mudança da composição das espécies explotadas ao longo do tempo, identificando o “fishing down process” no Baixo Rio Tapajós. O manejo dos recursos pesqueiros na Amazônia e no Baixo Rio Tapajós pode ser direcionado às principais espécies e deve considerar o conhecimento das populações locais de duas maneiras: a) abordagem ecossistêmica integrada direcionada a espécies migratórias e áreas de vulnerabilidade; e b) incentivo aos sistemas de co-manejo locais, onde os pescadores participam da elaboração, implementação e fiscalização das normas de pesca baseadas em seu conhecimento sobre os recursos, podendo focar no manejo de espécies sedentárias e na proteção de lagos e igarapés próximos às comunidades ribeirinhas. |