A realização do objeto indireto anafórico: uma questão de aprendizagem?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Santos, Luis Eduardo dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-13022008-102824/
Resumo: Diversos estudos vêm apontando o desaparecimento do pronome clítico dativo de terceira pessoa em paralelo com a substituição da preposição a pela preposição para (pra na língua falada) na introdução de objeto indireto (OI) no português brasileiro (PB). Este fenômeno começa a partir de dados do século XIX, no entanto, tais estudos partem, em sua maioria, de dados da linguagem adulta, sendo que poucos tratam deste fenômeno no âmbito da aprendizagem. Esta dissertação investiga tais apontamentos com relação ao OI, partindo de análise de dados de testes escritos por 767 alunos cursando desde a 5ª série do ensino fundamental de ciclo II (EF II) até o 3º ano do ensino médio (EM). As construções que serão destacadas deverão ser apenas as com verbos do tipo dandi e dicendi, verbos com dois complementos, limitando-se à 3ª pessoa. Partindo da relação que diversos trabalhos fazem entre o clítico dativo e a preposição a (se lhe, então a), verificarei o que o aprendiz usa no lugar do dativo lhe e se substituem a preposição para pela preposição a, no papel de encabeçadora de OI. Uma questão importante nesta dissertação é saber se o tipo de escolha para o preenchimento do OI é uma questão de aprendizagem; saberemos, assim, se a escola recupera na escrita o que parece estar desaparecendo na fala, e, se recupera, o quanto e como se dá essa recuperação. Concluímos que a escola interfere no uso do tipo de preposição que encabeça o SP na modalidade escrita da língua; porém o clítico dativo lhe não acompanha a alternância da preposição ao longo das séries escolares. O aluno não associa a correlação entre os dois fenômenos. Confirma-se a nossa hipótese principal de que no processo de letramento a escola tende a recuperar as perdas lingüísticas, mas nem todas elas são passíveis de serem recuperadas.