Climatologia de ciclones extratropicais e ressacas na costa sul e sudeste do Brasil entre 1979 e 2020

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Jantsch, Maiquel
Orientador(a): Aquino, Francisco Eliseu
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/280787
Resumo: Este trabalho investigou a quantidade anual, sazonal e mensal de ressacas ocorridas na costa sul e sudeste do Brasil entre 1979 e 2020, bem como suas características. Também, foi realizada uma climatologia de ciclones extratropicais no Oceano Atlântico Sul, no mesmo período, identificado posteriormente os sistemas associados às ressacas. Foram utilizados dados do ERA5, do ECMWF, para identificar as ressacas, utilizando as variáveis de altura significativa de onda, direção de onda, período de onda e vento. A identificação dos ciclones foi obtida através da variável de vorticidade, também com dados do ERA5. Quatro pontos foram selecionados para o estudo, localizados nos estados do Rio Grande do Sul (Rio Grande), Santa Catarina (Itajaí), São Paulo (Santos) e Rio de Janeiro (Cabo Frio). O parâmetro adotado como critério para identificação de uma ressaca foi o de altura significativa de onda de 2,5 m ou mais de elevação por, pelo menos, 24 horas. Um código em Python foi elaborado para automatizar o processo de identificação de todas as ressacas, seguido de análises temporais e a construção de gráficos e mapas. Com isso, foi possível identificar as ressacas mais intensas que ocorreram nos quatro pontos. Em um segundo momento, os dados de ciclones extratropicais (1979-2020) foram investigados. Na sequência, um novo código identificou quais ciclones estavam associados às ressacas utilizando critérios de distância geográfica, tempo e direção de onda. Assim, foram identificadas 1245 ressacas em Rio Grande, 736 em Itajaí, 770 em Santos e 533 em Cabo Frio. Identificou-se que quanto mais ao sul, maior a incidência destes eventos. Em Rio Grande, os anos com mais ressacas foram 2017, (38), 2010 e 2000 (37) e 1999 (36), sendo que o ano com mais eventos severos foi 2016. Foi verificado uma tendência estatística positiva de aumento de ressacas em cada um dos quatro pontos de estudo entre 1993 e 2020. Sazonalmente, a estação com mais ressacas foi o inverno, seguido da primavera, outono e verão. Porém, quando considerados os casos mais intensos, o outono registrou a mesma quantidade que a primavera em Rio Grande (24). Mensalmente, o período entre abril e outubro apresentou o maior número de ressacas. As ressacas mais intensas em Rio Grande ocorreram em abril de 1999 e outubro de 2016. A altura significativa máxima e média de ondas foi maior em latitudes maiores. A direção mediana de ondas das ressacas teve predominância de sul/sudeste, o mesmo ocorreu em eventos intensos. Em relação aos ciclones, as áreas mais ciclogenéticas da América do Sul foram Argentina, La Plata e Sudeste do Brasil, respectivamente. Os ciclones extratropicais na área La Plata foram mais frequentes no inverno e as áreas Sudeste do Brasil e Argentina foram mais ativas no verão. A área predominante para ciclogênese que geram ressacas na costa sul e sudeste do Brasil é La Plata (média de 42,1 a-1). Três padrões principais de gênese e deslocamento de ciclones extratropicais associados às ressacas foram identificados: I) formação em La Plata e deslocamento entre sudeste ou leste; II) formação no norte da área Argentina e deslocamento para leste ou nordeste; III) formação na área Sudeste do Brasil e deslocamento para leste ou sudeste.