Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Espírito Santo, Rafaela Cavalheiro do |
Orientador(a): |
Xavier, Ricardo Machado |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/188687
|
Resumo: |
Base teórica: A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune, que envolve inflamação crônica, comprometimento articular e extra-articular. Entre as manifestações extra-articulares estão às alterações de composição corporal. A diminuição da massa livre de gordura e o aumento da massa gorda em pacientes com AR são denominados caquexia reumatoide (CR), enquanto caquexia clássica é determinada pela perda de peso corporal de 5% ou mais em 12 meses, além de outras características. Na AR, há poucos dados avaliando a prevalência e progressão da caquexia ao longo do tempo, bem como seus fatores associados. Objetivos: Avaliar a prevalência de caquexia reumatoide e fatores associados a esta condição em uma coorte de pacientes com artrite reumatoide. Métodos: Pacientes com AR, segundo os critérios de classificação do ACR/EULAR 2010, foram recrutados de forma consecutiva em uma clínica de AR de um hospital universitária e acompanhada inicialmente por doze meses. As seguintes avaliações foram realizadas no início e após um ano: estado da doença (atividade da doença pelo DAS28 e drogas), composição corporal por densitometria por dupla emissão de raios-X, função física (HAQ-DI, força de preensão palmar pelo dinamômetro Jamar, velocidade da marcha pelo teste Timed Up and Go (TUG) e a força dos membros inferiores pelo teste sentar e levantar da cadeira por 30 segundos), fadiga pela escala The Functional Assessment of Chronic Illness Therapy fatigue, anorexia pela escala The Functional Assessment of Anorexia/Cachexia Therapy, marcadores inflamatórios e bioquímicos séricos. Para diagnosticar caquexia foram utilizados três critérios de diagnóstico, sendo os dois primeiros específicos para a caquexia reumatoide e o terceiro para caquexia clássica. Engvall e colaboradores propuseram caquexia reumatoide quando pacientes com AR apresentassem: índice de massa livre de gordura (IMLG) abaixo do percentil 10 e índice de massa gorda (IMG) acima do percentil 25. Elkan e colaboradores propuseram caquexia reumatoide quando pacientes com AR apresentassem: IMLG abaixo do percentil 25 e IMG acima do percentil 50. Evans e colaboradores propuseram caquexia clássica quando pacientes apresentassem: perda de peso de 5% ou mais dentro de 12 meses (ou índice de massa corpórea (IMC)≤20 kg/m2) e pelo menos três dos seguintes fatores: 7 diminuição da força muscular; fadiga; anorexia; baixo IMLG; bioquímica anormal (aumento dos marcadores inflamatórios [Proteína C Reativa(PCR),interleucina (IL)-6], anemia [Hemoglobina(Hb)<12g/dL], albumina baixa no soro [<3,2g/dL]. A análise de frequência, teste t-Student pareado, o teste de McNemar e as análises por Modelo de Equações de Estimações Generalizadas (GEE) foram utilizados e a significância estatística foi considerada como p<0,05. A análise dos dados foi realizada no software SPSS 21.0. Resultados: Dos 90 pacientes incluídos, 81 pacientes com AR completaram o estudo. A maioria dos pacientes eram do sexo feminino (88,9%), com idade de 56,5±7,3 anos, com atividade moderada da doença (média do DAS28 (Disease Activity Score 28) 4,0±1,3). Caquexia reumatoide foi encontrada em 13,3% dos pacientes com AR utilizando os critérios de Engvall e colaboradores e 30% usando os critérios de Elkan e colaboradores no início do estudo. Usando critério diagnóstico para caquexia clássica proposta por Evans e colaboradores, não encontramos caquexia em nossos pacientes. Quanto à função física, a força de preensão manual foi o parâmetro que apresentou diminuição estatisticamente significativa após 12 meses (p<0,05). Remissão de doença foi significativamente associada com as alterações no IMLG, IMG, HAQ, força de preensão manual e força dos membros inferiores (p<0,05) em relação a pacientes com doença em atividade ao longo dos 12 meses. O tratamento com DMCDs biológicos associou-se significativamente com alterações no IMLG, velocidade da marcha e força muscular de membros inferiores ao longo dos 12 meses (p<0,05). Conclusão: Caquexia reumatoide foi frequente quando utilizados os critérios específicos, mas nenhum paciente apresentou os critérios de caquexia clássica. Além disto, a função física é um parâmetro que merece destaque, pois ela apresentou-se prejudicada desde o início do estudo e se manteve após um ano de acompanhamento. As observações de que o estado de remissão está associado às alterações da função física e da composição corporal ao longo do tempo enfatizam a importância do controle adequado da atividade da doença. As observações sobre o efeito do tratamento biológico na caquexia foram controversas, demonstrando a necessidade de mais estudos avaliando estes parâmetros. |