No limiar entre o corpo e a lei : o aborto nos contos de Conceição Evaristo e Samanta Schweblin

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Oliveira, Flávia Dall Agnol de
Orientador(a): Schmidt, Rita Terezinha
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/277362
Resumo: A pesquisa pretende analisar o tema do aborto a partir dos contos “Quantos filhos Natalina teve?”, de Conceição Evaristo, e “Conservas”, de Samanta Schweblin, a fim de identificar e confrontar as contradições dos discursos que recaem sobre os corpos com útero, sobre a maternidade e sobre a interrupção voluntária da gravidez na América Latina. A partir de um procedimento crítico e transdisciplinar que vincula o Direito, a Literatura, os estudos decoloniais e de gênero, a dissertação explora o tratamento jurídico e político concedido ao aborto no Brasil e na Argentina. Argumenta-se que a histórica classificação da interrupção voluntária da gravidez como tabu social prejudica a sua compreensão como um direito vinculado à autonomia reprodutiva, interligado, sobretudo, aos fatores de raça e classe. O confronto das narrativas de Evaristo e Schweblin em relação à negação do direito ao aborto se dá principalmente pelo retrato de múltiplos atravessamentos que constituem a experiência da (não) maternidade, comprovando que o imaginário das narrativas literárias pode ser valioso a um continente em que a violência da colonialidade segue incidindo sobre os corpos e sobre as leis.