Experiências de profissionais de saúde com a diversidade de cuidadores, saberes e práticas de cuidado nos atendimentos a bebês de 0 a 2 anos na atenção básica de Caxias do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Gil, Pedro Henrique Conte
Orientador(a): Lopes, Rita de Cassia Sobreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/233800
Resumo: Tendo em vista as diretrizes e políticas do Sistema de Saúde (SUS) e da Atenção Básica para os atendimentos do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento (CD) dos bebês, está posto aos profissionais de saúde que orientem suas práticas a partir do paradigma de cuidado integral. Sendo assim, os profissionais precisam abarcar a diversidade de subjetividades, saberes e práticas de cuidado que se apresentam nos atendimentos, algo que pode se apresentar enquanto um desafio, uma vez que podem encontrar dificuldades em colocar em prática as orientações e recomendações preconizadas pelas políticas de saúde. Esse desafio se torna maior quando se trata de Unidades Básicas de Saúde (UBS) localizadas em territórios com uma forte tradição cultural hegemônica, como é o caso da imigração italiana, na cidade de Caxias do Sul. Portanto, o presente estudo buscou investigar as experiências de profissionais de saúde com a diversidade de cuidadores, saberes e práticas de cuidado nos atendimentos a bebês de 0 a 2 anos na Atenção Básica de Caxias do Sul, RS. Trata-se de um estudo qualitativo exploratório, envolvendo entrevistas online com 12 profissionais de saúde de quatro UBS, cujos dados foram analisados através de uma leitura psicanalítica. Enquanto resultados e discussão, quatro eixos de análise emergiam espontaneamente dos dados: 1) as experiências dos profissionais de saúde com as mães como cuidadoras; 2) as experiências com as avós como cuidadoras; 3) as experiências com cuidadores imigrantes não italianos; e 4) como os profissionais de saúde interpretam a função de orientação aos cuidadores, preconizada pelas políticas de cuidado integral ao bebê no SUS. Constatou-se que os profissionais de saúde identificam uma diversidade de cuidadores, saberes e práticas de cuidado nos atendimentos aos bebês nas UBS. Com relação aos saberes dos cuidadores que são dissonantes aos saberes e práticas hegemônicos da cultura local, os profissionais valem-se da educação em saúde da população, a qual pode se configurar como uma tentativa de controle e de homogeneização dos saberes. Contudo, essa estratégia parece não ser efetiva, tendo em vista a potência dos saberes e práticas de cuidado das mães, avós e demais cuidadores. Portanto, torna-se, de fato, um desafio para os profissionais de saúde, sem a formação para tal, atenderem às recomendações das políticas de saúde no exercício da função de orientação, respeitando a diversidade de cuidadores, saberes e práticas de cuidado presentes nos atendimentos aos bebês na Atenção Básica.