Desfechos negativos entre pacientes internados em unidade psiquiátrica de hospital geral : um estudo longitudinal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Baeza, Fernanda Lucia Capitanio
Orientador(a): Fleck, Marcelo Pio de Almeida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/172516
Resumo: Introdução: Nas últimas décadas, vários fatores determinaram importantes modificações no modo de prover assistência psiquiátrica. Entre estes, destacam-se as mudanças no modo como entendemos os transtornos mentais, os avanços e melhora na disponibilidade de tratamentos psiquiátricos, o aumento do interesse político em saúde mental, além da ênfase nos custos da assistência médica. Com isto, a internação psiquiátrica passou a representar uma parcela menor entre os recursos utilizados na assistência em saúde mental. A Psiquiatria hospitalar atual cumpre a função de realizar diagnóstico e tratar sintomas agudos com a finalidade de esbater riscos, focada em estabilização, segurança do paciente e curta permanência. Neste contexto, o estudo de desfechos negativos entre pacientes que internam em leito psiquiátrico de hospital geral torna-se cada vez mais necessário. Objetivos: Identificar determinantes de desfechos negativos entre pacientes que internaram em leito psiquiátrico de hospital geral, definidos a priori como tempo de internação prolongado, reinternação e morte por qualquer causa em um ano a partir do momento da alta hospitalar. Métodos: Estudo naturalístico, longitudinal e prospectivo, realizado em unidade psiquiátrica de um hospital geral universitário de nível terciário. Pacientes admitidos entre junho de 2011 e dezembro de 2013 com 18 anos ou mais foram considerados elegíveis, exceto os que tivessem transtorno por uso de substâncias como diagnóstico principal, agitação psicomotora grave nas primeiras 72 horas da admissão, comprometimento cognitivo suficiente para comprometer a avaliação ou recusa em participar da pesquisa. Dados sociodemográficos e clínicos foram coletados na admissão, alta e um ano após a alta. Resultados: No artigo 1, seis variáveis explicaram 14,6% da variabilidade no tempo de internação: ausência de renda própria, história de internações psiquiátricas nos últimos dois anos, escore total na Brief Psychiatric Rating Scale e na Clinical Global Impression, diagnóstico de Esquizofrenia e história de tentativas de suicídio. O artigo 2 reafirmou o papel das internações anteriores em predizer internações futuras (RC1.38; IC 1.16-1.60) e demonstrou que para pacientes que internaram em episódio depressivo, não estar em remissão no momento da alta aumenta o risco de reinternação (RC 2.40; IC 1.14-5.07), assim como maiores escores na Brief Psychiatric Rating Scale no momento da alta para aqueles admitidos por Esquizofrenia. O artigo 3 reportou a mortalidade entre os pacientes acompanhados um ano 9 após a alta, mais de três vezes maior que a mortalidade da população geral para o mesmo período e área geográfica. Discussão: Os três estudos produzidos por esta tese colaboram para o corpo de evidências sobre desfechos adversos entre pacientes que internaram em leito psiquiátrico de hospital geral. O modelo de internação psiquiátrica em hospital geral é amplamente defendido pela Psiquiatria contemporânea como o melhor para tratamento de agudizações de transtornos mentais graves. Entretanto, não é o modelo majoritário tanto no Brasil como no mundo. Portanto, os resultados desta tese refletem os desfechos de um modelo assistencial preconizado, porém não predominante. Considerações finais: Ainda carecemos de pesquisas que se dediquem a avaliar desfechos negativos em internação psiquiátrica de hospital geral.