Qualidade de vida profissional e coping em trabalhadores da saúde no cuidado à crianças e adolescentes vítimas de violência sexual

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Dornelles, Thayane Martins
Orientador(a): Souza, Sônia Beatriz Cócaro de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/248480
Resumo: Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa transversal, que objetivou verificar a qualidade de vida profissional e estratégias de coping em trabalhadores da saúde que atendem crianças e adolescentes vítimas de violência sexual em um serviço de referência em Porto Alegre, RS. Os setores incluídos no estudo foram selecionados devido à possibilidade de os profissionais estarem expostos ao cuidado das vítimas de violência sexual, como a emergência pediátrica, internação pediátrica, ambulatórios e centro obstétrico. Para a avaliação da qualidade de vida profissional foi utilizado o instrumento ProQol-BR, e para identificar as estratégias de coping foi utilizado o Inventário de Respostas de Coping no Trabalho (IRC-T). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da instituição, respeitando os preceitos éticos. Os dados foram organizados e analisados no programa SPSS, 21.0. A amostra do estudo incluiu 177 profissionais, sendo 78% do sexo feminino, com média de idade entre 40±10,35 anos. Identificou-se que 54,2% dos profissionais apresentavam níveis médios na dimensão satisfação por compaixão; 50,8% níveis médios na dimensão estresse traumático secundário; e 61% dos trabalhadores níveis médios na dimensão do burnout. O sexo feminino foi estatisticamente significativo quando associado ao estresse traumático secundário (p = 0,002). Obteve-se associação estatisticamente significativa entre algumas estratégias de coping e as dimensões da qualidade de vida profissional: tomada de decisão e satisfação por compaixão (p = 0,001); extravasamento emocional e estresse traumático secundário (p = 0,001); e extravasamento emocional e burnout (p = 0,001). Apresentaram-se associadas a baixos níveis de satisfação por compaixão: idade e tomada de decisão (estratégia de enfrentamento). Assistentes sociais e psicólogos apresentaram maior probabilidade de possuir altos níveis na dimensão do burnout. Os resultados sugerem que os profissionais de saúde que atendem crianças e adolescentes vítimas de violência sexual estão suscetíveis a desenvolver fadiga por compaixão. A identificação de estratégias de coping eficazes para manejar as situações no cotidiano laboral torna-se imprescindível, e também a criação de capacitações institucionais com o intuito de contribuir para altos níveis de satisfação por compaixão e, consequentemente, baixos níveis de estresse traumático secundário de burnout.