As trajetórias estudantis em licenciaturas com baixas taxas de diplomação : tendências e resistências

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Paz, Cláudia Terra do Nascimento
Orientador(a): Franco, Sérgio Roberto Kieling
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/152649
Resumo: Esta tese tratou da formação inicial de professores em cursos de licenciatura com baixas taxas de diplomação, buscando investigar as tendências das trajetórias estudantis nessas licenciaturas, a partir da perspectiva da resistência. Foram estudados os cursos de licenciaturas de Física e de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e investigadas as trajetórias de 845 estudantes, através do método do diagnóstico do fluxo de estudantes, no período de 2000 a 2015, compondo 15 coortes de análise em cada curso. A Licenciatura de Filosofia apresentou percentual médio de evasão de 60,64% por abandono, de 18,29% por mobilidade e de 20,5% de diplomação. Os alunos permaneceram no curso três anos e oito meses em média e integralizam 37,22% do currículo. A Licenciatura de Física apresentou percentual médio de evasão por abandono de 72,57%, de mobilidade de 11,70% e de diplomação de 15,72%. Os estudantes permaneceram no curso quatro anos em média e integralizam 31% do currículo. Vários estudos já identificaram que os principais motivos do abandono nesses cursos estão ligados a impossibilidade de conciliar estudos e trabalho; insatisfações relacionadas à ausência de trajetórias formativas flexíveis e altos percentuais de repetência em disciplinas distantes da prática pedagógica, além do desprestigio da profissão docente. Tais variáveis também se mostraram válidas para a realidade dos cursos investigados, uma vez que os mesmos possuem percentual significativo de estudantes trabalhadores, de um lado, e opções curriculares que explicitam estratégias de poder utilizadas em prol de percursos formativos conservadores, longos e rígidos, bem como elementos históricos nacionais envolvendo esses cursos, de outro. Assim, considerando os campos acadêmicos de disputas de poder, parece que os estudantes estão resistindo a essas mesmas forças que insistem no conservadorismo e que impedem a construção de uma identidade docente. No entanto, essa resistência não se dá como um enfrentamento frontal, mas como forma de re-existência e como possibilidade alternativa de escolha. Assim, a tese que defendo é a de que as trajetórias analisadas são de resistência e não de fracasso.