Sonhos na clínica psicanalítica e na cultura : um estudo de "o espelho" de Tarkovski

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Oliveira, Marisa Terezinha Garcia de
Orientador(a): Froemming, Liliane Seide
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/159023
Resumo: A obra escrita de Tarkovski e o filme O Espelho são analisados à luz da teoria psicanalítica da interpretação dos sonhos articulando conceitos vindos de outros campos do conhecimento, quais sejam inconsciente ótico e choque em Walter Benjamin. O filme se passa em lugares do passado de Tarkovski, evocados a partir de lembranças encobridoras, sonhos e devaneios, em que o cineasta é espectador e ator. Há a referência, no título e ao longo das cenas, ao espelho, também usado por Lacan, como modelo de dispositivo ótico, ao teorizar sobre a formação da função do “Eu”. Através desta análise, pretendeu-se aproximar a linguagem do filme à linguagem do sonho, encontrando conteúdos oníricos latentes. São analisadas as filiações e influências, o roteiro, e aquilo que fala nas lembranças de infância, nos sonhos e devaneios associados às tradições culturais russas, ao poeta Puchkin e a Dostoievski. Identificam-se aspectos do pensamento utópico e articulações psicanalíticas na cena do devaneio do personagem Ignat. Também são comentadas articulações à estética do choque em Walter Benjamin, nas cenas de déjà vu de Ignat e no fenômeno análogo que acometeu Maria na cena da tipografia. O conceito de Outra cena, do campo freudiano, é contextualizado na discussão do filme e também cotejado com elementos da teoria platônica apontados por Lacan em seus seminários. Finalmente, a cena de levitação de Maria é comparada com a cena da pintura de Füssli The Nightmare e interpretada como sendo de um sonho de angústia.