Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Schulz, Isa Slaviero |
Orientador(a): |
Toassi, Ramona Fernanda Ceriotti |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/255131
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: O cuidado pré-natal, no Brasil, integra a atenção materno-infantil no Sistema Único de Saúde (SUS). Envolve a promoção, prevenção e assistência à saúde da gestante e do recém-nascido, desde o atendimento na Atenção Primária à Saúde (APS) até o atendimento hospitalar para alto risco. Uma atenção à saúde qualificada e humanizada durante a gestação se dá por meio do acesso aos serviços de saúde e da incorporação de práticas acolhedoras e resolutivas. OBJETIVO: Compreender a autopercepção de mulheres grávidas sobre sua condição de saúde e sobre as práticas de cuidado pela equipe da APS, durante o pré-natal. METODOLOGIA: Estudo de abordagem qualitativa fenomenológica realizado no município de Osório, Rio Grande do Sul, Brasil. Entrevistas individuais semiestruturadas foram realizadas com gestantes atendidas em uma das Unidades de APS de Osório, maiores de 18 anos, que realizaram no mínimo três consultas pré-natal na Unidade de Saúde estudada. As entrevistas foram gravadas por equipamento digital e posteriormente transcritas. O material textual produzido pelas entrevistas foi organizado com auxílio do software Visual Qualitative Data Analysis (ATLAS.ti) e interpretado por meio da análise de conteúdo de Bardin, à luz do referencial da fenomenologia da percepção, da literatura e das políticas públicas que tratam da atenção à saúde de mulheres durante o pré-natal. RESULTADOS: Sete gestantes foram entrevistadas. Ter saúde, na percepção das gestantes, envolve a ausência de doenças, mas também o estar bem, o estar disposta, cuidar do corpo (pressão/glicose, boa alimentação, exercícios, uso restrito de medicamentos), fazer vacinas, não sentir dor, ter trabalho, casa e comida. Alterações ocorridas no corpo durante a gravidez afetaram estas mulheres de modos distintos. As mulheres relataram gostar deste ‘corpo grávido’, demonstrando conformismo diante das mudanças corporais já esperadas no período gestacional. Sentimentos de insatisfação com sua condição corporal, especialmente relacionados ao ganho de peso, também foram percebidos. A satisfação com o cuidado durante o pré-natal foi associada à postura acolhedora dos profissionais da equipe de APS, os quais mostraram disponibilidade para a escuta e o diálogo. Situações de interação com diferentes profissionais da APS (enfermeiro, médico, cirurgião-dentista, agente comunitário de saúde) foram observadas. Dificuldades na comunicação identificadas em determinados profissionais da equipe e a fragilidade na privacidade nas consultas em uma Unidade de Saúde pequena, especialmente quando envolvia mais de um profissional, foram aspectos que geraram sentimentos de insatisfação nas gestantes. Todas as gestantes reconheceram o pré-natal como um dispositivo de cuidado essencial para a prevenção e tratamento de doenças e atenção à saúde do bebê. A relação do pré-natal com ações de educação-promoção da saúde não foi identificada. PRODUTO: Esta pesquisa de Mestrado Profissional em Ensino na Saúde desenvolveu, além do relatório de pesquisa, um material de caráter didático e instrucional – Boletim Informativo – sobre o tema da atenção à saúde da mulher grávida. Tem como público de interesse profissionais da APS e gestores da saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A pesquisa contribuiu com a produção de evidências científicas qualitativas sobre a compreensão de como mulheres em período gestacional entendem saúde/vida com saúde, como percebem seu corpo grávido e os cuidados recebidos durante o pré-natal no âmbito da APS, reconhecendo elementos que podem produzir ou afetar sua condição de saúde-cuidado. Estudos de percepção de gestantes sobre o modo como entendem saúde/vida com saúde e significado das práticas de cuidado no pré-natal, são relevantes para que os profissionais (re)conheçam as necessidades deste grupo, qualificando a atenção na APS. Pesquisas complementares são recomendadas, podendo trazer a percepção de novos atores, como as famílias e os profissionais da APS que atuam no cuidado às gestantes. |