Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Lopes, Gabriela Wünsch |
Orientador(a): |
Schmidt, Maria Inês |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/266496
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Resumo: |
O diabetes mellitus tipo 2 (DM2), a esteatose hepática e a doença renal crônica (DRC) causam morte e perda de qualidade de vida nas populações. Essas doenças compartilham hábitos e condições de vida, e que a presença de uma doença pode potencializar o surgimento de outra. Lacunas da literatura referentes a essas inter-relações nortearam o desenvolvimento dessa tese. No artigo 1, o objetivo foi investigar o papel da raça/cor na modificação da associação bidirecional entre DM2 e doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD). No artigo 2, o objetivo foi investigar a contribuição específica de MASLD e cada um de seus componentes (esteatose e disfunção metabólica), sobre o desenvolvimento de DRC. Para ambos os artigos, foi realizado um estudo de coorte prospectivo com dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). O estudo recrutou 15105 servidores públicos de seis capitais brasileiras com idade entre 35 e 74 anos. A linha de base ocorreu entre 2008 a 2010 e as visitas de seguimento, entre 2012-2014 e 2017-2019. Foram excluídos participantes com desfecho prevalente, óbitos, perdas de seguimento ou dados faltantes. DM2 foi definido a partir de relato de diagnóstico médico, uso de medicações ou pelo menos um exame laboratorial atingindo critérios diagnósticos de diabetes durante as visitas. A esteatose hepática foi definida por ultrassonografia de abdome ou escore Fatty Liver Index (FLI) ≥60. MASLD foi definida por coexistência de esteatose e pelo menos uma disfunção metabólica: sobrepeso/obesidade geral ou central, diabetes ou pré-diabetes, pressão arterial elevada, triglicerídeos elevados ou colesterol HDL diminuído considerando medicações. DRC foi definida segundo critérios da organização Kidney disease: improving global outcomes (KDIGO): taxa de filtração glomerular estimada pela equação CKD-Epi creatinina ≤60 ml/min/1.73 m2 ou razão albumina-creatinina urinárias ≥30mg/g. Regressão de Poisson com variância robusta foi utilizada para estimar riscos relativos (RR) e intervalos de confiança de 95% (IC95%). No primeiro artigo, MASLD associou-se a risco aumentado de diabetes (RR=2,36; IC95% 2,02-2,77) com algum grau de heterogeneidade entre grupos de raça/cor, menor associação sendo observada entre indivíduos de cor preta comparados aos de cor branca. Já a presença de diabetes associou-se com pequeno aumento na incidência de MASLD, mas a associação perdeu significância após o ajuste por índice de massa corporal. No segundo artigo, a predição de DRC associou-se à presença de MASLD (RR=1,74; IC95% 1,32-2,31), e de disfunção metabólica isolada. Entretanto, esteatose sem disfunção metabólica não se associou com DRC incidente. Em conclusão, nossos achados mostraram predição clara de diabetes a partir de MASLD, mas com associação mais fraca em indivíduos de cor preta, sugerindo diferenças na causação de diabetes nesse grupo étnico. O diabetes mostrou-se um preditor fraco de MASLD em todos os grupos étnicos. A dificuldade no ajuste para adiposidade limitou a análise multivariável dessas associações devido à definição de esteatose por escore FLI. Por fim, a predição de DRC a partir de MASLD parece ter importante contribuição do componente de disfunção metabólica, ressaltando a importância dos fatores de risco clássicos para doença renal crônica. |