Psicoterapia breve para pais no pós-adoção : estudo de caso sobre o processo da construção de uma parentalidade sensível

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Machemer, Roberta Stefanini
Orientador(a): Frizzo, Giana Bitencourt
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/257371
Resumo: O período pós-adoção pode ser marcado pelo encontro de dois sofrimentos. Por vezes as crianças vêm de longos períodos institucionalizadas e os pais vêm de longos períodos marcados por tentativas fracassadas de uma gestação biológica. Intervenções para pais nesse contexto, com foco na sensibilidade parental, podem promover melhora no vínculo pais-criança e uma proteção à possibilidade de fracasso da adoção. Pensando nisso, criou-se um modelo de psicoterapia, inspirado na psicoterapia pais-bebê e em uma intervenção para pais de vídeo-feedback, para ser oferecido em um serviço escola da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O objetivo da presente dissertação foi avaliar o processo de mudança da sensibilidade parental em um primeiro caso clínico dessa psicoterapia. Foi utilizado um delineamento misto de estudo de caso único. Os participantes foram um casal (mãe 35 e pai 39 anos) que havia adotado três irmãos de 3, 5 e 8 anos. O motivo de busca de atendimento foi devido às dificuldades de vinculação no pós-adoção. Análise Temática dedutiva e indutiva foi utilizada para compreender como e por que a sensibilidade parental variou ao longo de dez sessões. Os contrastes e as associações entre temas e subtemas ao longo das sessões enriqueceram o processo analítico da mudança na sensibilidade. As mudanças evidenciaram-se de forma processual. Na quarta sessão houve uma primeira mudança e na sétima houve uma nova mudança com estabilização do relato parental, que se manteve até a alta. Foi possível mapear e discutir um tema importante para compreender a mudança da sensibilidade parental nesse caso: reajuste da interpretação. Algumas implicações para a prática foram discutidas à luz dos aprendizados com esse caso clínico, como a importância de da avaliação psicossocial investigar a capacidade parental de pedir ajuda qualificada frente aos desafios da adaptação pais-filhos e a importância de um setting terapêutico sensível às necessidades da família. Por fim, evidenciou-se uma mudança na sensibilidade parental e indicadores de melhora no vínculo pais-criança ao longo das sessões.