Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Tonon, André Comiran |
Orientador(a): |
Souza, Diogo Onofre Gomes de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/223192
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Resumo: |
A crescente morbimortalidade da depressão justifica a busca pelo aprimoramento do seu diagnóstico e por subtipos do transtorno que apresentem peculiaridades em relação ao tratamento clínico. Uma melhor compreensão das múltiplas facetas biológicas e psicológicas da depressão é fundamental para o desenvolvimento de terapêuticas mais eficazes. Neste contexto, a pesquisa em ritmos biológicos, incluindo o sono, representam linhas recentes e promissoras na investigação da etiologia, melhora do prognóstico e abordagem de tratamento no curso clínico da depressão. A ritmicidade das funções biológicas em mamíferos é mantida por um maquinário molecular complexo, e o principal estímulo ambiental que sincroniza os relógios biológicos é o ciclo claro-escuro. No entanto, as rotinas sociais também interferem nesse mecanismo, pois determinam a exposição à luz e os tempos de alimentação, bem como os padrões de atividade de repouso. Evidências clínicas descrevem que disfunções desse sistema temporizador estão presentes em uma variedade de condições clínicas mórbidas, como obesidade, diabetes, hipercolesterolemia, doenças cardiovasculares e câncer. As alterações de humor também foram amplamente estudadas em modelos de “desalinhamento” circadiano ou cronorruptura. Por exemplo, pacientes deprimidos apresentam um padrão distinto de movimento físico, tempo de reação motora e atividade psicomotora. Além disso, até 90% dos pacientes deprimidos reportam alterações de sono, como dificuldades em adormecer, permanecer dormindo e acordar de manhã mais cedo que o desejado. Esta tese explora as associações destes parâmetros de atividade motora e sono medidos subjetivamente (por questionários quantitativos) e objetivamente (pela actimetria) com a depressão. Inicialmente, descrevem-se dois estudos metodológicos que objetivam a validação de um instrumento quantitativo sobre higiene do sono, e o estudo dos impactos de períodos de não-uso (“off-wrist”) dos actímetros nos cálculos de parâmetros de atividade motora. A seguir, são descritos os estudos desenvolvidos que associam a avaliação subjetiva e objetiva do sono, dos ritmos de atividade e da exposição à luz com sintomas depressivos e com o transtorno depressivo maior. Esta tese documenta avanços metodológicos e provas de conceito que possibilitam a criação de novas hipóteses em estudos da associação entre ritmos biológicos e depressão. Além disso, os estudos descritos fornecem provas de que a depressão (e outros transtornos psiquiátricos) deve ser estudada sob a ótica da Cronomedicina, o estudo dos impactos do "tempo" na fisiologia, endocrinologia, metabolismo e comportamento em diferentes níveis organizacionais. |