Velhos conhecimentos, novos desenvolvimentos : transições no regime sociotécnico da agricultura : a produção de novidades entre agricultores produtores de plantas medicinais no sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Marques, Flávia Charão
Orientador(a): Dal Soglio, Fabio Kessler
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/18316
Resumo: A noção de que o desenvolvimento é um processo relacionado a um progresso técnico positivo e linear contribuiu para gerar um cenário social e ambiental insustentável e, aparentemente, tem conduzido a sociedade contemporânea para uma homogeneização cultural e material. Ao contrário, observando amiúde os espaços rurais, se identifica que há a emergência de dinâmicas sócio-espaciais heterogêneas e multifuncionais. Neste contexto, a agricultura exerce papel fundamental como atividade relevante na construção de desenvolvimentos rurais sustentáveis. No entanto, o modelo de modernização agrícola, orientado pelo regime sociotécnico dominante, não responde a este imperativo, tornando fundamental identificar possibilidades de transições para tal regime, de modo a permitir à agricultura a retomada de seu sentido como 'co-produção'. A partir de uma abordagem multinível, multi-ator e multi-aspecto, construída com elementos da Perspectiva Multinível e da Perspectiva Orientada pelo Ator, este trabalho de tese objetivou explorar a potencialidade da 'produção de novidades' para a promoção de transições no regime sociotécnico dominante na agricultura, através da análise de novidades desenvolvidas por agricultores na produção ecológica de plantas medicinais no Sul do Brasil. O estudo qualitativo de cinco casos de famílias de agricultores, que produzem plantas medicinais sob sistema ecológico, mostrou intensa produção de novidades e potencialidade para o estabelecimento de um nicho de inovação, considerando que há ativos processos de articulação de aprendizagens e de estabelecimento de redes sociais. A maior vulnerabilidade na emergência do nicho é a falta de alinhamento de expectativas entre distintos atores envolvidos, que está relacionada à dificuldade em superar barreiras sustentadas pelo regime prevalente. Considerando o nicho como lócus privilegiado para a inovação, essa superação parece depender de uma 'gestão da transição', que pode ser entendida como a criação de condições sócio-institucionais que favoreçam a construção de novas institucionalidades, identidades e compromissos sociais.