Oralituras das Ìyálodès na luta pela produção do espaço urbano quilombola em Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Gomes, Nathália Pedrozo
Orientador(a): Caron, Daniele
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/280605
Resumo: As práticas, corporeidades e a luta pelo direito à terra vivido nos quilombos urbanos de Porto Alegre/RS tem a mulher negra como figura central. Nesse cenário, a presente experiência de pesquisa parte do pressuposto que elas, aqui entendidas como Ìyálodès, emergem nesses territórios vestidas de ações de resistência contra o atual padrão de fazer-cidade, que é baseado na cor da pele e no valor da terra privada. Através das vivências de aquilombamento com o Quilombo dos Flores, buscamos compreender como essas ações afirmam uma produção de espaço urbano quilombola que confronta esse padrão. Para isso, através da relação de correspondência com elas, escolhemos a narrativa como abordagem teórica-metodológica para incorporar a linguagem da oralitura, expressa no corpo e na voz como teoria de luta. Durante o percurso, observamos que a luta do quilombo urbano é fundamentada pelo direito à terra ancestral, mas também pela prática de cuidado coletivo. As Ìyálodès atuam como elos de força que sustentam uma rede matrigestora constituída por estratégias e táticas de resistência, que se manifestam em duas frentes: a primeira contra o racismo institucional e a segunda como líderes na articulação comunitária do bairro, rompendo a visão do quilombo urbano como um território isolado, pois estes transcendem os limites a que o planejamento urbano os condiciona. Ao compreender e valorizar essas práticas, abrem-se outros caminhos para que a sociedade e a comunidade acadêmica pensem nessas comunidades como um continuum de movimento e não como um evento do passado colonial relacionados a fugas e a refúgios. Na contemporaneidade, o quilombo ramifica-se como rede de resistência e de liberdade inter-relacionadas pelas mulheres.