Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Timbane, Sansão Albino |
Orientador(a): |
Axt, Margarete |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/151258
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Resumo: |
Esta tese estuda as possibilidades de propor discussões que dêem visibilidade às relações ético-políticas do indivíduo no coletivo assente na atividade da escuta do outro, operacionalizada em estratégias de problematização de dilemas éticos em informática, com estudantes de graduação, a partir de conteúdos de uma disciplina desse curso. A expressão “a munhu i munhu ka vanhu” é proveniente do Xirhonga (uma das línguas nacionais de Moçambique, também chamadas línguas bantu) e significa que “uma pessoa é uma pessoa através de outras pessoas” (tradução literária), ou que a pessoa se forma no coletivo; não estamos sozinhos no mundo, fazemos parte um do outro. Num contexto fortemente marcado pela oralidade a munhu i munhu ka vanhu é usada para orientar a aprendizagem dos conhecimentos (cognitiva), das habilidades e competências (técnica), na articulação com a vivência de valores e da ética com base na experimentação de situações de exposição ao conhecimento específico, permitindo inferir generalizações, conhecimentos universais, bem como interação entre as verdades particular e universal, buscando desenvolver o espírito de tolerância, a capacidade de entender e acolher o outro, o respeito pelas multiplicidades/diferenças e pela dignidade humana em prol de uma convivência harmoniosa. O estudo questiona se possibilidades de vivências, através de experimentações éticas, podem ser desenvolvidas/utilizadas no contexto escolar (no ensino presencial, semi-presencial, a distância), considerando a filosofia a munhu i munhu ka vanhu, a disponibilidade e pluralidade das TIC e a participação ativa dos estudantes, reconhecendo, analisando e acolhendo com “empatia” os posicionamentos/contribuições dos colegas frente a uma situação-problema no coletivo. A tese surge do questionamento do autor às suas práticas docentes instigadas pela imersão nas dinâmicas e vivências do Laboratório de Estudos em Linguagem, Interação e Cognição/Criação (LELIC/UFRGS) através do Projeto Civitas Moçambique-Brasil. A pesquisa sustenta-se na intervenção, pelo viés de in(ter)venção, adotando uma abordagem dialógica guiada pelos princípios orientadores da pesquisa em ciências humanas propostos por Bakhtin e seus comentadores. Os enunciados (orais e escritos, verbais e não-verbais) dos estudantes e do professor-pesquisador, produzidos no contexto interacional de construção e discussão dos dilemas éticos (em sala de aula presencial, no Forchat e as anotações no diário de campo) constituiram o objeto de análise e, foram apreciados dentro do quadro teórico que nos permitiu trabalhar a arquitetônica dialógica da relação eu-outro na perspectiva do ato responsável. Os resultados dão pistas para falar de uma experimentação (est)ética enquanto modo de trabalhar colaborativamente e como potência criadora. A estratégia de uso de dilemas éticos possibilita ressignificar a noção da educação como sistema de valores (valores éticos/morais, cognitivos, técnicos, sociais, culturais,…), podendo ser exercitada criticamente nas salas de aulas, em meio a interações complexas com o contexto problemático que envolve este, e considerando a participação ativa-responsiva dos estudantes, na construção e incorporação de novos conhecimentos ao seu sistema individual de valores, este agenciado ético-politicamente em benefício de uma relação empática e responsável com o coletivo. |