Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Costa, Éverton Vargas da |
Orientador(a): |
Schlatter, Margarete |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/173602
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Resumo: |
O presente trabalho tem o objetivo de descrever e analisar práticas de formação e trajetórias de participação de professores de português como língua adicional no âmbito do Programa de Português para Estrangeiros (PPE) na Universidade Federal do Rio Grande do Sul por meio de uma pesquisa etnográfica. O PPE tem como propósito central a formação dos professores pela participação em seminários, tutorias e docência compartilhada, constituindo-se como terreno fértil para esta pesquisa. Parte-se do pressuposto de que, nas práticas do dia a dia, os professores desenvolvem sua formação lidando com conhecimentos de ordem teórica e prática (PÉREZ GÓMES, 1995; NÓVOA, 1995), atuando como profissionais reflexivos (SCHÖN, 1983; 2000) e participando de comunidades de prática em que conhecimento e identidades são construídos conjuntamente entre os pares (LAVE; WENGER, 1991; WENGER, 1998; GARCEZ; SCHLATTER, 2017). Desse modo, assume-se que ter experiências significativas em interação resulta em aprendizagem e, portanto, em formação de professores (DEWEY, 1997; LARROSA, 2002; RIBETTO, 2011). A pesquisa etnográfica foi realizada nos meses de junho e julho de 2015 e acompanhou a rotina diária de 12 professores por meio de observação participante, registros em áudio e em diários de campo. A análise de 61 eventos de formação permite afirmar que evento de formação (COSTA, 2013; LEMOS, 2014), entendido como momentos propícios para a aprendizagem dos professores sobre sua atividade profissional, é um conceito válido para a pesquisa sobre os modos como os docentes interpretam ações e aprendem a ensinar em um local específico. Tal abordagem permite afirmar que no PPE as modalidades de formação planejadas e emergentes (seminários, tutorias, docência compartilhada e encontros nos intervalos) organizam momentos que potencialmente levam os participantes a engajar-se em aprendizagens. Nesse local, formação inicial e continuada se hibridizam em reflexões prospectivas e retrospectivas, o que configura o programa como uma proposta de indução à docência. À medida que os participantes vão construindo a história local, também vão construindo suas histórias individuais. As trajetórias de participação analisadas apontam para duas identidades emergentes no programa: a de professor-autor e a de professor-autor-formador (GARCEZ; SCHLATTER, 2017). O professor-autor aprende a refletir sobre suas ações narrando experiências, comunicando e justificando suas escolhas, constituindo participações em interlocuções situadas voltadas para os aspectos locais do trabalho, colaborando para um ambiente frutífero em aprendizagens. O professor-autor-formador constrói interlocuções externas, constituindo um repertório de trajetórias paradigmáticas como autor de textos que podem ser acessados e utilizados pela comunidade do PPE e por comunidades externas. O professor-autor-formador analisa condições de produção de seus textos, investiga sua prática e estabelece parcerias em coautoria. Este estudo busca contribuir para a descrição e a compreensão de práticas de formação de professores desde uma perspectiva etnográfica, caracterizando eventos de formação como um empreendimento autoral, local, colaborativo e resultante da negociação de significados e da construção de identidades pessoais e profissionais em encontros dialogados entre professores. |