Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Serafini, Michele Aramburu |
Orientador(a): |
Paz, Ana Helena da Rosa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/247611
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Resumo: |
As doenças inflamatórias intestinais (DII) são doenças crônicas caracterizadas por respostas imunes exacerbadas à microbiota do trato gastrointestinal. A incidência e progressão destas doenças estão associadas a um desequilíbrio entre citocinas pró e anti-inflamatórias, levando a uma resposta imune aumentada na mucosa do trato gastrointestinal (TGI). Os tratamentos atualmente disponíveis visam diminuir a resposta imune no TGI, entretanto, estes podem causar efeitos adversos e não são capazes de promover a remissão sustentada da doença. Assim, alternativas terapêuticas estão sendo estudadas para o tratamento das DII. Em estudos pré-clínicos, o efeito anti-inflamatório da ativação da via colinérgica tem sido reportado. Nesta via, o receptor nicotínico de acetilcolina α-7 está envolvido na inibição de processos inflamatórios, modulando a produção de citocinas e diminuindo a atividade de macrófagos, células dendríticas e linfócitos T. De outro lado, as células estromais mesenquimais (MSCs) são células que possuem um grande potencial terapêutico devido a suas propriedades imunomodulatórias. Entretanto, a administração das MSCs como terapia apresenta alguns riscos, sendo o principal o aprisionamento destas células nos microcapilares pulmonares após transplante. Assim, alternativas que utilizem os benefícios da terapia celular, porém minimizem os riscos desta, estão sendo estudadas. O meio condicionado de MSC (CM) consiste no meio de cultura de MSCs contendo fatores solúveis secretados por estas células, e seu efeito imunomodulador já foi demonstrado tanto in vitro quanto em modelos animais. As partículas de membrana de MSC (MP) são pedaços de membrana contendo proteínas e enzimas, que podem ser geradas a partir da lise de MSCs, cujo efeito imunomodulador já foi observado in vitro. A presente tese inclui um artigo de revisão explorando a via colinérgica nas DII e um manuscrito original, no qual investigamos os efeitos da terapia com MP e com CM no modelo de colite ulcerativa. Entre os dias 0 e 7 do protocolo, os animais receberam 2% de dextran sulfato de sódio (DSS) e, nos dias 2 e 5, receberam os tratamentos com MP, CM, MSC ou veículo (grupo DSS). No dia 8, os animais foram eutanasiados e amostras biológicas foram coletadas. Neste trabalho, observamos que as MP conservam algumas das propriedades terapêuticas de imunomodulação das MSCs íntegras, sendo capazes de reduzir os sinais clínicos da doença, bem como a perda de peso corporal e a inflamação em nível tecidual na análise histológica. As MP, o CM e as MSCs foram eficazes em reduzir a perda de mucinas associada às células caliciformes da mucosa, assim como o número de células apoptóticas no cólon e o número de células CD3+ no tecido, sugerindo que as MP e o CM são alternativas tão eficazes quanto as MSCs para reduzir a infiltração de linfócitos T e a morte de células do cólon neste modelo. Da mesma forma, todos os tratamentos foram capazes de diminuir os níveis de IL6 em comparação ao grupo não tratado. As MP, juntamente com as MSCs, foram eficazes em diminuir os níveis de TNFα em comparação aos animais não tratados. Contudo, apenas o tratamento com MSCs teve efeito nos níveis de IL5, IL12p70 e IFNγ no cólon, sugerindo que poderia ser necessário tanto o contato célula-célula quanto a ação parácrina para a modulação destas citocinas no tecido. Por fim, apenas os tratamentos com MSC e CM foram capazes de reduzir os níveis de IL4, indicando que os fatores solúveis (ausentes no tratamento com as MP) podem ser necessários para modular os níveis desta citocina. Do nosso conhecimento, este é o primeiro trabalho que avalia o efeito imunomodulador das MP in vivo. Assim, mais estudos são necessários para entender mais profundamente os mecanismos de ação terapêutica das MP em modelos de doenças inflamatórias. |