Partículas de membrana e fatores bioativos de células estromais mesenquimais : terapia livre de células para doenças inflamatórias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Gonçalves, Fabiany da Costa
Orientador(a): Paz, Ana Helena da Rosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/211628
Resumo: Introdução: As células estromais mesenquimais (MSC) são uma estratégia promissora para o tratamento de doenças inflamatórias. Embora as MSC tenham demonstrado potencial terapêutico no reparo tecidual, ainda há controvérsias sobre o tempo de sobrevivência e a distribuição dessas células nos tecidos receptores, devido ao aprisionamento celular nos capilares pulmonares após infusão intravenosa. Objetivos: Avaliar os efeitos terapêuticos dos fatores bioativos secretados pelas MSC e gerar partículas de membrana de MSC com propriedades imunomoduladoras, com o intuito de ampliar a biodistribuição do efeito terapêutico das MSC, evitando o aprisionamento celular nos capilares pulmonares, bem como proporcionar uma terapia mais segura baseada no potencial das MSC. Métodos: Na primeira etapa, foram avaliados os efeitos das MSC estimuladas com interferon-γ (IFN-γ) e dos fatores solúveis por elas secretados (meio condicionado; CM) em cultura organotípica de cólon murino com doença inflamatória intestinal induzida por dextran sulfato de sódio (DSS). Os explantes colônicos tratados com MSC ou CM por 24h foram analisados quanto à histologia, expressão de Ki-67 e produção de IL-6 no sobrenadante. Na segunda etapa desta tese, foi desenvolvida uma nova terapia livre de células baseada na geração de pequenas partículas de membrana plasmática (MP) de MSC. As MP foram geradas a partir de MSC e de MSC estimuladas com IFN-γ (MPγ). A atividade enzimática das MP foi avaliada e seus efeitos imunomoduladores foram testados em linfócitos T e monócitos. Resultados: No primeiro trabalho, foi demonstrado que os tratamentos com MSC e CM foram capazes de reduzir igualmente os danos histológicos presentes nos explantes colônicos; entretanto, apenas o tratamento com CM foi capaz de estimular a proliferação das células da mucosa. Além disso, o efeito terapêutico das MSC e do CM foi mediado pelos baixos níveis da citocina pró-inflamatória IL-6. O segundo trabalho demonstrou que as MP geradas artificialmente não só apresentam atividade de ATPase, nucleotidase e esterase, indicando que elas são enzimaticamente ativas, como também possuem propriedades imunomoduladoras, pois se ligaram seletivamente com a membrana plasmática dos monócitos e modularam sua função afetando a expressão gênica e induzindo a apoptose de monócitos pró-inflamatórios. Conclusão: Os resultados, em conjunto, sugerem que as partículas de membrana e os fatores bioativos secretados por MSC possuem efeito imunomodulador e, portanto, representam uma alternativa para a terapia livre de células que combina o potencial das MSC com a redução das dificuldades práticas que acompanham o uso de células vivas.