Políticas de currículo e reformas no ensino médio : uma análise de contextos em documentos e na percepção de professores de ciências da natureza

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Martins, Eliezer Alves
Orientador(a): Ferreira, Maira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/194668
Resumo: A pesquisa tem o objetivo de investigar o movimento de produção e instituição de reformas curriculares para o Ensino Médio, após a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional – LDBEN (Lei. 9.394/1996), buscando compreender, nos contextos de influência, de produção de texto e da prática (BOWE; BALL; GOLD, 1992), os resultados/efeitos destas políticas para a integração curricular. Em especial, no campo das Ciências da Natureza, que, juntamente com a interdisciplinaridade, é um pressuposto recorrente em propostas de reforma curricular. Realizada em uma abordagem qualitativa, com base em análise de documentos (GÜNTHER, 2006) e nos escritos de professores em exercício, a pesquisa acerca das reformas curriculares teve como metodologia de trabalho a busca em sítios eletrônicos (não)governamentais e de agências multilaterais, para, a partir disso, analisar documentos oficiais de políticas de currículo com base na Abordagem do Ciclo de Políticas (BOWE; BALL; GOLD, 1992), o qual considera os contextos de influência, de produção de texto e da prática, possibilitando compreendermos a política como texto e como discurso. Na sequência, realizamos a pesquisa em questionário com professores da Educação Básica, egressos de um curso de mestrado profissional em Ensino de Ciências e Matemática, direcionado ao contexto da prática, procurando perceber sua compreensão, quanto ao acesso/conhecimento, discussão e interpretação de tais documentos, para sua atuação no contexto da prática (BALL; MAGUIRE; BRAUN, 2016), uma vez que, todas essas reformas são recontextualizadas pelos professores na escola. A pesquisa das políticas/documentos curriculares oficiais realizada mostrou que a construção das proposições e princípios curriculares sofrem influências de múltiplas agendas nacionais e internacionais, possibilitando reconhecer as relações híbridas e globais, com proposições e princípios pedagógicos, os quais fundamentam o pensamento neoliberal de superação, de autonomia e de competitividade entre os sujeitos. No que diz respeito à área de Ciências da Natureza, as temáticas em proposições curriculares, especialmente a Base Nacional Comum Curricular e a Lei 13.415/2017, que institui a reforma do Ensino Médio, vêm limitando/mitigando ações interdisciplinares dentro da própria área, bem como, com outras áreas de conhecimento, pelo caráter disciplinar apontado em tais documentos. Ao mesmo tempo, restringe conceitos e princípios educacionais que vinham sendo apresentados, ao retomar a concepção de currículo, baseado em competências e habilidades. No contexto da prática, vê-se que a falta de espaço para estudo e discussão em algumas escolas dificulta ou impede a mudança curricular, pois esta precisa ser interpretada/traduzida pelos professores para que a política seja colocada em atuação. Assim sendo, uma oportunidade de formação continuada no curso de mestrado profissional se mostra relevante para que os professores compreendam o significado dos conceitos que envolvem as reformas. Sobre o campo de atuação dos professores de Ciências, estes apontam que o conhecimento das políticas de currículo os levou a pensar/refletir sobre questões que antes não eram sequer cogitadas em termos de prática na escola. Para eles, a importância dos anúncios de reformas em documentos legais (PCN, DCN, EMP) está na tentativa de minimizar a fragmentação curricular e valorizar práticas interdisciplinares e contextualizadas.