Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Martins, Eliezer Alves |
Orientador(a): |
Ferreira, Maira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/282260
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Resumo: |
A pesquisa investiga como a educação vem sendo tratada como um objeto de investimento financeiro por grupos empresariais e agências filantrópicas, entre outros, que, por meio de parcerias público-privadas, produzem políticas de currículo e materializam essas políticas em programas e ações voltadas para o Ensino Médio. O objetivo foi investigar a participação de redes empresariais nas políticas educacionais e seus desdobramentos nas organizações curriculares, em ações para o ensino, com olhar voltado para a área de Ciências da Natureza. A pesquisa, de cunho qualitativo, consistiu na análise das redes de governança e de produções de texto político, incluindo documentos, legislações, cursos em plataformas, videoaulas, entre outros, tendo como referencial teórico-metodológico-analítico a Abordagem do Ciclo de Políticas, considerando os contextos de influência e de produção de texto político, complementado pela Etnografia de Rede e pelos conceitos de cosmopolitismo, globalização, recontextualização e cultura/regulação pela cultura, como ferramentas de análise. Uma revisão em produções acadêmicas (de 2010 a 2020) sobre o tema de estudo indicou haver um movimento de empreendedorismo na educação por agências privadas que se inserem na educação pública com a proposição de ações para a melhoria da qualidade da educação. Os resultados da pesquisa mostram uma gama de instituições privadas e empresários nacionais e internacionais envolvidos com a educação básica brasileira de forma multifacetada e estratégica, influenciando a produção de políticas reformistas para o ensino médio. A investigação sobre as redes de governança mostra a participação de agências, como os Institutos Ayrton Senna (IAS), Unibanco (IU), Iungo (IU) e Fundação Lemann (FL), na rede Movimento pela Base Nacional Comum (MBNC), com influência na produção e execução da BNCC. Tais agências realizam ações para a formação e disponibilizam materiais para o ensino, de modo atender as demandas da BNCC e do NEM. Os relatórios da FL contêm metas e proposições direcionadas a educação escolar, sendo suas parcerias com a educação pública descritas e avaliadas nos relatórios como sendo de sucesso alcançado, seja por suas ações ou por ações desenvolvidas por outras agências parceiras como a Geekie com videoaulas preparatórias para o Enem, com acesso restrito, e a Khan Academy com oferta de aulas plataformizadas em um curso de Ciências que disponibiliza videoaulas nas disciplinas de Biologia, Física e Química, com acesso gratuito. Nas telas das videoaulas da KA há inserção de competências e habilidades da BNCC, mesmo naquelas produzidas antes da BNCC, como estratégia para mostrar o alinhamento das aulas (produzidas em inglês e traduzidas para o português) às políticas de currículo brasileiras (BNCC e NEM). Quanto à dinâmica das aulas, não se reconhece inovação em aulas disciplinares, tradicionais, prescritivas e propedêuticas, o que não impede a realização de parcerias com secretarias de educação de estados brasileiros, como acontece com os estados de SP e PR. Isso mostra que mudanças no ensino médio em nome da inovação estão voltadas à formação de sujeitos que atendam aos interesses do mercado. |